Os participantes estenderam uma faixa com os dizeres: "Pintou um clima? Pintou um crime"
Nesta quarta-feira, 19, conselheiros tutelares protestaram em frente ao Palácio do Planalto contra a fala do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) durante participação em um podcast na sexta-feira, 14, na qual ele afirmou que “pintou um clima” entre ele jovens venezuelanas de 14 e 15 anos.
“Defendê-las contra todo tipo de violência – inclusive de cunho sexual – é negligência. Não toleramos que ‘pinte um clima’ entre um homem de 67 anos e meninas. Isso não é normal, isso não é aceitável e isso nos indigna! Por elas, estamos na Praça dos 3 poderes”, disse o movimento, em nota.
Os participantes estenderam uma faixa com os dizeres: "Pintou um clima? Pintou um crime", em frente ao palácio presidencial.
No sábado, 15, o vídeo com o “corte” em que Bolsonaro faz menção ao encontro com as adolescentes venezuelanas viralizou nas redes sociais no sábado, 15.
Na entrevista, o presidente relatou que estava de moto andando em uma região administrativa do Distrito Federal e encontrou meninas venezuelanas em uma casa. Ele disse que "pintou um clima" e, por isso, resolveu entrar:
"Eu estava em Brasília, na comunidade de São Sebastião, se eu não me engano, em um sábado de moto [...] parei a moto em uma esquina, tirei o capacete, e olhei umas menininhas... Três, quatro, bonitas, de 14, 15 anos, arrumadinhas, num sábado, em uma comunidade, e vi que eram meio parecidas. Pintou um clima, voltei. 'Posso entrar na sua casa?' Entrei. Tinha umas 15, 20 meninas, sábado de manhã, se arrumando, todas venezuelanas. E eu pergunto: meninas bonitinhas de 14, 15 anos, se arrumando no sábado para quê? Ganhar a vida", afirmou Bolsonaro.
Temendo consequências negativas para a sua campanha à reeleição, o presidente, ao lado da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e de Maria Teresa Belandria, representante no Brasil do autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó., publicou um vídeo nas redes sociais justificando a fala.
"As palavras que eu disse refletiram uma preocupação da minha parte no sentido de evitar qualquer tipo de exploração de mulheres que estavam vulneráveis. A dúvida e a preocupação levantadas foram quase que imediatamente esclarecidas à época pela nossa ministra da Mulher, Damares Alves, que foi ao local e constatou que as mulheres citadas na live eram trabalhadoras", afirmou.
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