Se perder eleição, presidente pode responder a diversos inquéritos na Justiça comum
O presidente Jair Bolsonaro (PL) acredita que pode ser preso caso perca a eleição em outubro próximo. Ele tem dito a interlocutores do próprio governo que, deixando o Palácio do Planalto, deve responder a inquéritos que teriam como objetivo perseguir não só a ele, mas aos filhos também. A informação é da coluna de Mônica Bergamo, da Folha.
Sem perspectiva, até agora, de crescimento nas pesquisas eleitorais, o presidente estaria sendo tomado por um sentimento de desespero, deixando-o por vezes “transtornado” com a possibilidade de terminar atrás das grades.
De acordo com relatos de políticos e autoridades, Bolsonaro disse que não será “ingênuo” como seus antecessores. Lula (PT) ficou preso por quase 600 dias. Michel Temer (DMB) chegou a ser conduzido duas vezes à prisão, mas foi solto em menos de 10 dias.
Bolsonaro afirma a auxiliares que “reagirá” caso sua preocupação se torne real, não será “preso com facilidade” e que a situação pode terminar em morte.
“Vão querer montar alguma coisa para me prender”, teria dito o presidente ao afirmar que não cometeu nenhum crime.
O temor é que, perdendo a eleição, Bolsonaro seja julgado na Justiça comum, sem condição de manter articulação e força política suficientes para se livrar da prisão. Basta lembrar que o presidente é alvo de centenas de inquéritos, muitos por causa da condução das suas ações durante o período mais grave da pandemia da Covid.
Por isso, o desespero de Bolsonaro tem se traduzido em reiterados ataques ao sistema eleitoral e ao STF (Supremo Tribunal Federal).
Em busca de solução para estancar o medo presidencial, aliados de Bolsonaro têm procurado políticos e membros do judiciário com o objetivo de costurar uma espécie de acordo que garanta que ele não seja preso caso perca a eleição. Por enquanto, nada feito
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