Na França, Lula é recebido pelo presidente Emmanuel Macronn, no Palácio de Elysée (foto: Reprodução)
Depois de ser aplaudido de pé no Parlamento Europeu, o ex-presidente Luiz Ignácio Lula da Silva (PT) foi recepcionado, pessoalmente, pelo presidente da França, Emmanuel Macron, no Palácio do Elysée, residência oficial do mandatário europeu, na manhã desta quarta-feira (17).
Além da presença de Macron na escadaria do Palácio, aguardando Lula, a chegada do petista foi precedida de uma marcha da guarda francesa, honraria usada para receber chefes de Estado. Para analistas políticos, a recepção foi um recado claro de Macron para o mundo: para ele, o verdadeiro chefe de Estado do Brasil é Lula.
A cena ganhou ainda mais destaque por Bolsonaro, ainda presidente do país, vem sendo repetida e sumariamente ignorado por Macron. Uma das cenas mais recentes foi a recusa do governo francês em receber o chanceler brasileiro Carlos França, em outubro. Na época, o Itamaraty havia tentando por dias conseguir uma agenda e ficou sem resposta, enquanto representantes do alto escalão francês seguiam com agendas com vários outros ministros de Estado.
Desafeto
Enquanto Lula é recebido com honras e tratado com respeito, Bolsonaro acumula o oposto. A relação do governo brasileiro com o francês é conturbada desde antes de Bolsonaro assumir e só piora. No entanto, o que poderia ser apenas uma oposição entre governos com "ideologias" opostas, se tornou um abismo ainda maior quando Bolsonaro respondeu com insultos pessoais às críticas de Macron a sua gestão.
Dois dos episódios mais toscos marcaram a memória popular. Em 2018, incomodado com as críticas do presidente Macron ao seu governo, principalmente à gestão ambiental, Bolsonaro cancelou uma agenda presidencial com o ministro de Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian e, minutos depois, foi cortar o cabelo.
Em 2019, quando a rixa entre os dois governos já era assunto comum, Bolsonaro usou um meme no Twitter para atacar pessoalmente a esposa de Macron, fazendo piada com a aparência dela.
Macron, do outro lado, seguiu fazendo severas criticas ao governo brasileiro e a passou a fazer campanha contra a ratificação do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia, sob o argumento de que as políticas ambientais do Brasil não atendiam os critérios europeus.
Bolsonaro não, Lula sim:
Enquanto isso, além de receber honras presidenciais, na reunião com Macron Lula discutirá um futuro acordo entre América Latina e União Europeia, segundo informou próprio ex-presidente.
"Estou viajando para dizer ao mundo que o que o Brasil tem de melhor é o povo brasileiro. O Brasil não se resume a seu atual governante. Essa é a razão da minha viagem. Recuperar a confiança no Brasil.", escreveu Lula em sua conta oficial no Twitter, na manhã do encontro.
Além de Emmanuel Macron, reuniu-se com o futuro premier alemão, Olaf Scholz, com deputados no Parlamento Europeu - onde foi aplaudido de pé - e terá encontros com o com o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sanchez.
Enquanto Bolsonaro é rechaçado mundo afora, Lula, ainda longe do Palácio da Alvorada, cumpre agenda de presidente em exercício.
Veja também:
"O Brasil tem jeito", crava Lula em forte discurso no parlamento europeu
Lula é aplaudido de pé no Parlamento Europeu
Clique aqui e siga-nos no Facebook
| < Anterior | Próximo > |
|---|
