Sobrevivente do acidente com o voo da Chapecoense, o jornalista Rafael Henzel foi visitado nesta segunda-feira (19) por Ilaídes Padilha, mãe do goleiro Danilo, que morreu na queda da aeronave, na Colômbia. Rafael estava em um hospital de Chapecó desde a semana passada, mas recebeu alta médica.
"Antes de deixar o hospital, uma surpresa. Dona Ilaídes, mãe do eterno Danilo, veio me dar um abraço. Que as narrações que fiz quando de suas defesas heroicas possam ficar de lembrança de nosso ídolo. Mulher de garra. Exemplo", escreveu o radialista em uma rede social.
Em coletiva nesta manhã, Henzel disse que pretende voltar a trabalhar já em janeiro e quer retornar narrando o primeiro jogo da Chape na próxima temporada, contra o Joinville, pela Primeira Liga.
"Tenho minha data: dia 9 de janeiro, eu quero voltar a trabalhar. E dia 25 de janeiro, eu quero narrar Joinville x Chapecoense. Não sei como eu vou subir naquelas cadeiras lá, se eu estiver com alguma dificuldade para caminhar, por causa das lesões. Mas não quero saber, dia 25, Joinville x Chapecoense, eu vou estar lá. Eu não vou deixar passar. Eu tenho um dever muito grande com a comunidade de Chapecó, que acreditou. Se eles acreditam, eu vou fazer. Vou para casa, mas vou ficar completamente no tratamento que resta, para eu voltar com tudo e com força, para dia 9 voltar a trabalhar na rádio e, a partir do dia 25, se Deus quiser, acompanhar todos os jogos da Chapecoense", afirmou.
Segundo o locutor, não houve nenhum sinal de que o voo passava por problemas nos momentos antes do acidente. "Nós não imaginávamos, o voo foi indo, indo, indo. A gente perguntava para a comissária e ela falava: "Dez minutos, dez minutos". Por dez minutos, perdemos 71 pessoas. Era o tempo que faltava para pousar no aeroporto (...) Quando eu acordei, eu levei um susto. Porque o avião não caiu, não despressurizou a cabine, não caiu máscara de oxigênio. Ele simplesmente bateu no cerro. Pelo que eu entendi, fiquei na parte de cima. O resto do avião foi descendo a ribanceira. As buscas começaram lá por baixo. Eu despertei, vi algumas luzes. Eu não tinha noção do que poderia ter acontecido. Eu não via ninguém ao meu redor. O banco estava intacto. De repente, se não tivesse aquelas duas árvores, a gente seria lançado sabe-se lá aonde. Foi um milagre", acredita.
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