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Gabriel Gomes, Lucas Clementino e Michelle Egito (da esq. para a dir.), três dos oito integrantes do Gabriel Gomes, Lucas Clementino e Michelle Egito (da esq. para a dir.), três dos oito integrantes do

"Você é pobre? E bolsista? Não sabia que a PUC misturava o tipo de gente que estuda Relações Internacionais, até porque é um curso que exige inglês, né?"

Foi assim que um aluno da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, a PUC-Rio, bolsista do ProUni e morador de um bairro do subúrbio carioca, diz ter sido recebido por um colega no primeiro semestre de aulas, durante um debate sobre cotas raciais.

"Eu não consegui dizer nada, e meus colegas também não disseram nada. Foi a primeira de muitas vezes em que pensei em largar a PUC", conta o estudante, hoje formado pela tradicional universidade privada carioca, considerada de elite - mas onde 51% dos 12.760 alunos são bolsistas.

O relato do aluno está na página "Bastardos da PUC-Rio", que em menos de um mês já tem 6 mil curtidas no Facebook.

Alusão ao termo "filhos da PUC", usado pelos alunos e professores da instituição, o nome da página foi escolhido pelo grupo justamente para deixar claro que eles não se sentem acolhidos nem tratados como iguais aos estudantes pagantes.

Todos os depoimentos são anônimos


"Tudo começou num grupo de WhatsApp que a gente criou justamente para falar sobre esse tipo de humilhação e discriminação por sermos pobres, pretos e de periferia ou favela", conta Gabriel Gomes, de 22 anos, aluno do 7º período do curso de Publicidade e bolsista do ProUni.

Grupo "Bastardos da PUC-Rio" no Facebook, que em menos de um mês de criação já conta com quase 6 mil curtidas, recebeu 47 depoimentos e publicou 27

Com o acúmulo de relatos e desabafos, Gomes juntou-se a outros sete colegas para criar a página, que vem recebendo uma média de três relatos por dia. Desde a criação, no início de setembro, o grupo já recebeu 47 depoimentos, dos quais publicou 27.

Segundo um levantamento informal com 31 dos estudantes que enviaram suas experiências pessoais, a maioria tem entre 17 e 24 anos e leva entre duas e três horas para chegar ao campus, na Gávea, bairro nobre da Zona Sul do Rio.

Nenhum tem carro, e grande parte é morador de favela ou de bairros da periferia da Zona Norte e da Baixada Fluminense - uma realidade que, de acordo com os alunos, incomoda professores e colegas.

 

 

 

 

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