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A Justiça do Rio aceitou denúncia do MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) contra o coronel reformado da PM Pedro Chavarry, preso no último dia 11 por estupro de vulnerável. Na ocasião, o militar aposentado foi flagrado com uma menina de 2 anos nua em seu veículo. Segundo o TJRJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro), a denúncia foi aceita pela 23ª Vara Criminal. O processo corre em segredo de Justiça.

Chavarry foi preso em Ramos, zona norte do Rio, após ser denunciado à polícia por uma atendente de lanchonete da região. Segundo a delegada Cristiana Bento, da DCAV (Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima), a testemunha relatou que o coronel pediu um lanche e foi estacionar. Quando foi levar a comida para ele, a funcionária bateu no vidro e então o policial aposentado se assustou. A mesma funcionária disse à polícia já ter visto o suspeito com outras crianças.

Em um vídeo divulgado no dia do crime, Chavarry aparece oferecendo benefícios aos PMs que o detiveram. Ele também responde por corrupção ativa e está preso no BEP (Batalhão Especial Prisional).

O coronel também já foi investigado por outros crimes no passado. Na semana passada, duas mulheres afirmaram em depoimento que tiveram a irmã levada por ele. De acordo com os relatos, Chavarry é responsável pelo desaparecimento do bebê em 1993. À época, a mãe da menina de nove meses, procurou pela filha sem parar, mas morreu sem reencontrar a menina.

Segundo a delegada, as duas irmãs afirmaram que frequentaram a casa onde ficavam várias crianças e que o coronel passeava sem roupa entre elas. Apesar de serem bem novas na ocasião, elas alegam que têm flashes de memórias com Chavarry nu e que essas imagens nunca foram esquecidas.

O secretário de Assistência Social e Direitos Humanos, Pedro Melo, relatou que, na década de 90, o suspeito havia sido preso por envolvimento com tráfico de bebês, mas teria conseguido arrastar o processo na Justiça e saiu impune. O próprio secretário afirmou que participou da investigação porque, à época, era deputado.

— À época, fui procurado por uma associação de moradores de Bangu, que relatou o envolvimento de um PM na venda de crianças. Montamos uma operação com a ajuda do 14º BPM (Bangu) e ficamos esperando no local usado pela quadrilha como cativeiro, onde os bebês eram deixados de manhã, sob efeito de tranquilizantes, e, à noite, transportados pelo bando. Quem da quadrilha chegou para pegar o bebê, de apenas quatro meses, foi o então capitão Pedro Chavarry. Foi preso e autuado em flagrante.

'Não é a primeira vez que aparece com criança', diz testemunha sobre coronel preso por estupro

 

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