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O médico e cientista Sergio Henrique Ferreira morreu neste domingo, dia 17, aos 81 anos. Ele foi um dos principais cientistas do Brasil e um dos primeiros que conseguiu transformar produto descoberto na natureza em medicamento. E medicamento vendido em larga escala.

 

Ferreira se formou pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto e, como pesquisador da instituição, descobriu, na década de 1960, o fator de potencialização da braticinina (BPF na sigla em inglês) que se tornaria o medicamento mundialmente mais utilizado a ser usado contra a hipertensão, o captopril.

A molécula bradicinina foi isolada do veneno de cobra em 1948 por Maurício Rocha e Silva, farmacologista brasileiro, que viria a ser orientador de Ferreira em seu doutorado. Mas para o desenvolvimento do remédio, o fator de potencialização foi fundamental.

O trabalho foi publicado em 1965 no British Journal of Pharmacology por Ferreira e, por este trabalho, ele e dois cientistas da Bristol Myers Squibb Farmacêutica receberam em 1983, da American Heart Association, o Prêmio Ciba Award For Hypertension Research.

Sergio Ferreira e sua mulher, Maria Clotilde Rossetti Ferreira, exilaram-se na Inglaterra durante a ditadura militar no Brasil. Lá ele fez dois pós-doutorados no Royal College of Surgeons e trabalhou com o bioquímico John Vane em pesquisas sobre analgésicos anti-inflamatórios, como a aspirina, que deram a Vane o Nobel de Medicina em 1982. No agradecimento ao prêmio, Vane citou várias vezes Sergio Ferreira.

Quando voltou ao Brasil, Ferreira continuou seus estudos com analgésicos. Em 1990 recebeu o Scientific Merit Award por reconhecimento dos trabalhos na área, concedido pela Interamerican Society for Clinical Pharmacology and Therapeutics.

Ele foi presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) duas vezes entre 1995 e 1999. Orientou mais de 20 teses de doutorado e teve mais de 300 artigos publicados em periódicos científicos. Recebeu, em 1990 e 1992, o prêmio da Academia de Ciências do Terceiro Mundo. Também recebeu a Ordem Nacional do Mérito Científico, na classe da Grã-Cruz, em 1996, e o primeiro prêmio por excelência em pesquisa sobre a dor e gerenciamento em países em desenvolvimento, da Associação Internacional de Estudos sobre a Dor, em 2005.

 

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