Professores universitários brasileiros divulgaram uma carta aberta à comunidade acadêmica internacional, denunciando a tentativa e golpe contra a democracia e o mandato da presidente Dilma Rousseff. Em uma semana, de mais de 4 mil docentes e pesquisadores do ensino superior.
Ato oficial de lançamento da carta acontecerá nesta quarta-feira, 6, às 17h30, na sala 14 do Prédio da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da USP, com a presença já confirmada dos professores Alfredo Bosi, Ruy Fausto, Lincoln Secco, Luiz Bernardo Pericás, Marilena Chauí, Laymert Garcia dos Santos, Deisy Ventura, Vera Paiva, João Adolfo Hansen, Vladimir Safatle, Heloísa Buarque de Almeida, Marcio Sotelo Felippe e Dennis de Oliveira.
A Carta Aberta é assinada pelos mais expressivos intelectuais e pesquisadores ligados à universidade, tais como Fábio Konder Comparato, Miguel Nicolelis, Wilson Cano, Eduardo Viveiros de Castro, Marilena Chauí, Wanderley Guilherme dos Santos, Alfredo Bosi, Roberto Schwarz, Walnice Nogueira Galvão, Ruy Fausto, Luis Felipe Alencastro e Leda Paulani entre outros.
Divulgada em português, inglês, espanhol, francês e italiano, a carta indica que o clamor contra a corrupção está sendo instrumentalizado "para desestabilização de um governo democraticamente eleito, de modo a aprofundar a grave crise econômica e política atravessada pelo país".
Indicando a ausência de denúncias de corrupção contra a presidenta Dilma Rousseff e as muitas arbitrariedades cometidas ao longo da investigação, observa que "quando a forma de proceder das autoridades públicas esbarra nos direitos fundamentais dos cidadãos, atropelando regras liberais básicas de presunção de inocência, isonomia jurídica, devido processo legal, direito ao contraditório e à ampla defesa, é preciso ter cautela. A tentação de fins nobres é forte o suficiente para justificar atropelos procedimentais e aí é que reside um enorme perigo." O texto completo e as assinaturas já compiladas estão disponíveis no site brazilianobservatory.com. Outrossim, mais de duas centenas de professores estrangeiros ao tomarem conhecimento do document enviaram subscrição assinando em solidariedade, entre eles professores como Susan Buck-Morss, Massimo Canevacci, Antonio Negri e Jacques Paulain.
A iniciativa de elaborar a carta foi de professores de diversas universidades. Assinado por intelectuais que fazem apreciações diversas do governo Dilma Rousseff, o documento faz a defesa da legalidade e das instituições democráticas. Assinala o golpe em curso, patrocinado por setores do judiciário e da polícia, da maior parte da grande imprensa, do empresariado e da elite política conservadora, representa uma violação do princípio da soberania popular e uma tentativa de viabilizar retrocessos nos direitos individuais e coletivos.
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