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No fogo cruzado da luta política, forças do campo progressista reúnem-se hoje (16) no Teatro da Universidade Católica de São Paulo (Tuca) e sexta-feira (18) na Avenida Paulista, com a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como também em diferentes estados, com o objetivo anunciado de defender a democracia e a legalidade constitucional no país. Entre os juristas, intelectuais, movimentos sociais e artistas que estarão nesta quarta-feira no Tuca, o professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP) Otaviano Helene espera levantar pelo menos duas bandeiras, a do combate à desigualdade e a do fortalecimento da educação, que são essenciais para o país poder ultrapassar a crise política e econômica.

"O que está acontecendo no país, considerando o período depois da ditadura, é o problema da concentração de renda, um dos problemas mais graves. A concentração já foi a pior do mundo, e apesar de todo o discurso que se faz, o Brasil é um país pobre. Você pode dizer que o país é rico em florestas, em minérios, mas isso não diz nada porque quem faz a riqueza é a população trabalhando", afirma Helene. Sobre a educação, ele identifica a qualidade deficiente do ensino básico e a predominância de instituições de ensino superior particulares, como entraves para o avanço do país.

Para o ato do Tuca, estão confirmados nomes como o do cantor e compositor Chico Buarque, o humorista e escritor Gregório Duvivier, a cineasta Tata Amaral e intelectuais como Ladislau Dowbor, Luiz Carlos Bresser-Pereira, Marilena Chaui e André Singer, além dos juristas Fábio Konder Comparato, Gilberto Bercovici e Eugênia Gonzaga.

A reunião no Tuca é promovida pelo Fórum 21, criado a partir das eleições de 2014, frente ao recrudescimento conservador, para reunir ideias voltadas ao avanço social, e pelo Centro Acadêmico 22 de Agosto, dos alunos de Direito da PUC-SP.

Em entrevista ontem à Rádio Brasil Atual, o presidente do Fórum 21, Anivaldo Padilha, afirmou que o ato no Tuca reunirá vários setores da sociedade para "apresentar a nossa posição em relação a esse movimento golpista que está acontecendo no Brasil".

Referindo-se ao pedido de prisão preventiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, solicitado pelo Ministério Público de São Paulo, e ao depoimento coercitivo de Lula à Polícia Federal – atos que marcaram os últimos dias e acirraram os ânimos da luta política –, Padilha defende que é urgente defender a democracia e os princípios constitucionais. "É uma tentativa de golpe, de desrespeito à Constituição por parte do Judiciário, setores do Ministério Público e da Polícia Federal, que se transformaram em órgãos de isolação de direitos e de abuso do Estado democrático de direito, quase transformando investigações que têm legitimidade no combate à corrupção, mas transformando esse processo em uma articulação golpista de retrocesso em relação aos direitos configurados na Constituição de 1988", afirmou.

Na sexta-feira (18), será a vez dos movimentos sociais e sindical reunirem-se no vão livre do Masp, na Avenida Paulista, e em diferentes pontos no país para conclamar a população a defender a democracia, contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Este ato é convocado pela Frente Brasil Popular, que reúne mais de 60 entidades em defesa dos avanços sociais no país.

Confira os atos até agora programados para esta semana:

Ato desta quarta-feira, 16/3

Teatro da Universidade Católica de São Paulo (Tuca), às 19h: rua Monte Alegre, 104, Perdizes, São Paulo.

Atos de sexta-feira, dia 18/3

São Paulo, a partir das 16h, no vão Livre do Masp, Avenida Paulista (São Paulo) (https://www.facebook.com/events/909827309124576/)

Rio Branco, a partir de 18h: ato em frente ao palácio;

Maceió: ato na Praça do Centenário;

Macapá: 16h, Praça Veiga Cabral (ao lado do Teatro das Bacabeiras);

Salvador: 15h: ato Campo Grande - Castro Alves, todas as centrais, movimentos sociais e populares);

Vitória da Conquista (Bahia): 16h na praça Sá Barreto;

Fortaleza: vigília permanente na sede do PT, com ocupação de espaços nas rádios e nas redes sociais; concentração às 14h na praça da Bandeira;

Distrito Federal: às 18h, ato no Museu da República (https://www.facebook.com/events/928230657290812/)

Vitória: às 18h, em frente à Rede Gazeta;

Goiânia: às 18h, na praça Universitária;

São Luís: às 15h, na praça Deodoro;

Cuiabá: às 10h, na praça Alencastro;

Campo Grande: às 16h, na avenida Afonso Pena;

Belo Horizonte: às 16h, na praça Afonso Arinos;

Juiz de Fora (MG): às 17h30, na praça da Estação;

Belém: às 17h, na praça da República;

João Pessoa: às 14h, no Lyceu Paraibano;

Curitiba: café da manhã na frente da Justiça Federal, e às 18h, ato na praça Santos Andrade (https://www.facebook.com/events/246412339026908/);

Recife: às 15h, na praça Derby;

Teresina: às 16h, na praça Pedro II;

Rio de Janeiro: às 15h, ato Cultural na praça XV com vários Artistas (https://www.facebook.com/events/1024469247618545/);

Natal: às 15h, ato na Midway;

Mossoró (RN): às 15h, ato em frente à Igreja São Manoel;

Porto Alegre: às 17h, ato na Esquina Democrática;

Porto Velho: às 15h, na rua Gonçalves Dias, 110, centro, na Seeb - Bancários (https://www.facebook.com/events/658981287576695/)

Ji-Paraná (Rondônia): às 15h, na praça Matriz;

Florianópolis: às 16h, no Ticen, centro;

Aracaju: às 15h, na praça General Valadão

Com informações da CUT

 

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