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Policiais acreditam que devem encontrar mais corpos na floresta onde se reuniam os membros da seita (Foto: Yasuyoshi Chiba/AFP)Policiais acreditam que devem encontrar mais corpos na floresta onde se reuniam os membros da seita (Foto: Yasuyoshi Chiba/AFP)

No total, de acordo com o governo queniano, 212 pessoas foram dadas como desaparecidas até o momento

A contagem de vítimas continua na floresta de Shakahola, no leste do Quênia, onde outros 17 corpos de integrantes de uma seita que promovia jejuns extremos para "conhecer Jesus" foram encontrados na terça-feira, 25, elevando o total para 90 mortos.

Esta contagem, que inclui crianças, é provisória. As autoridades continuam vasculhando uma floresta de mais de 300 hectares, perto da cidade costeira de Malindi, em busca de outras valas comuns. A descoberta chocou toda a nação e o presidente William Ruto prometeu reprimir aqueles que "usam a religião para promover seus atos hediondos".

Em visita à área de buscas, o ministro do Interior, Kithure Kindiki, alertou que o número de vítimas pode aumentar.

— Não sabemos quantas valas comuns, quantos corpos encontraremos —, disse Kindiki.

Ele acrescentou que 34 pessoas foram encontradas vivas na floresta. Kindiki evocou a possibilidade de que Paul Mackenzie Nthenge, o "pastor" da chamada Good News International Church, que promoveu o jejum entre seus seguidores para "conhecer Jesus", seja acusado de "terrorismo".

De acordo com a Cruz Vermelha do Quênia, 212 pessoas foram dadas como desaparecidas.

Muitos acusam as autoridades policiais e judiciárias de demorarem para agir. Paul Mackenzie Nthenge já havia sido preso duas vezes, a última vez em março deste ano, após um caso em que duas crianças morreram de fome.

No entanto, ele foi solto após pagar uma fiança de cerca de US$ 700. O taxista que se tornou "pastor" em 2003 se entregou à polícia na noite de 14 de abril.

Este drama reacendeu um debate sobre o controle do culto religioso no Quênia, um país predominantemente cristão, onde "pastores", "igrejas" e outros movimentos religiosos marginais estão frequentemente nos noticiários.

Para o ministro do Interior, este massacre deve conduzir "não só a um castigo mais severo para o autor ou autores de atrocidades (...), mas também a uma regulamentação mais rigorosa de cada igreja, mesquita, templo ou sinagoga no futuro ".

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