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O terremoto pode afetar 23 milhões de pessoas nas duas regiões (Foto: Mohammed AL-RIFAI/AFP)O terremoto pode afetar 23 milhões de pessoas nas duas regiões (Foto: Mohammed AL-RIFAI/AFP)

O balanço das vítimas tem aumentado com o passar das horas, devido ao alto número de prédios que desabaram

O terremoto que atingiu Turquia e Síria provocou mais de 5.000 mortes, de acordo com um balanço atualizado divulgado nesta terça-feira, 7, enquanto as equipes de emergência prosseguem com os trabalhos de busca de sobreviventes bloqueados nos escombros.

Ao menos 3.419 pessoas morreram na Turquia e 1.602 na Síria - em regiões controladas pelo governo e áreas dominadas pelos rebeldes -, o que eleva o total a 5.021, de acordo com as autoridades locais e fonte médicas.

O terremoto pode afetar 23 milhões de pessoas nas duas regiões, advertiu a Organização Mundial da Saúde (OMS). "Os mapas mostram que 23 milhões de pessoas estão expostas, incluindo cinco milhões de pessoas vulneráveis", afirmou a diretora da OMS Adelheid Marschang ao conselho executivo da agência da ONU.

Sete dias de luto na Turquia

O balanço das vítimas tem aumentado com o passar das horas, devido ao alto número de prédios que desabaram em cidades como Adana, Gaziantep, Sanliurfa e Diayarbakir.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) advertiu à AFP que o número de vítimas poderia ser até oito vezes maior.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, declarou sete dias de luto pelas vítimas. "Nossa bandeira será hasteada a meio mastro até o pôr-do-sol de domingo", informou em um tuíte.

Dezenas de países ofereceram ajuda à Turquia e à Síria, onde o terremoto foi mortal porque ocorreu nas primeiras horas da manhã, quando a maioria das pessoas estava dormindo.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, prometeu a Erdogan na segunda-feira que Washington enviaria "toda a ajuda necessária" para a recuperação da Turquia.

"Achamos que fosse o apocalipse", disse à AFP a repórter Melisa Salman, que mora em Kahramanmaras, epicentro do tremor.

"Estamos do lado de fora desde as quatro horas da madrugada. Está chovendo, mas ninguém se atreve a voltar para casa temendo novas réplicas", acrescentou esta jovem de 23 anos.

Em Diyarbakir, cerca de 380 km a leste, Muhittin Orakci acompanhava as operações de resgate em frente a um prédio em ruínas. "Sete membros da nossa família estão sob os escombros", disse.

Em Sanliurfa, a poucos quilômetros da Síria, Emin Kaçmaz, de 30 anos, explicou que passará a noite ao relento. "O prédio não é seguro", disse.

"Todo o edifício desabou"


Este sismo foi o maior na Turquia desde o terremoto de 17 de agosto de 1999, que deixou 17.000 mortos, mil deles em Istambul.

Segundo o vice-presidente turco, Fuat Oktay, ao menos três dos aeroportos na região afetada - Hatay, Maras e Gaziantep - foram fechados.

A neve e as tempestades que castigam a região impediam o tráfego aéreo em outros, incluindo no de Diyarbakir, constatou a AFP.

No povoado sírio de Azmarin, fronteiriço com a Turquia, Usama Abdelhamid contou ter sentido o tremor enquanto estava dormindo.

"Corri com minha mulher e meus filhos para a porta do nosso apartamento no terceiro andar. Quando a abrimos, todo o prédio desmoronou", declarou.

A agência de notícias síria SANA divulgou imagens que mostravam destruição importante em várias cidades, entre elas Lataquia, na costa mediterrânea, onde prédios inteiros ruíram.

Edifícios também desabaram em Hama, no centro do país, e em Aleppo, a segunda cidade síria, no norte do país, onde a famosa cidadela foi danificada.

O Ministério da Educação anunciou o fechamento as escolas em todas as regiões controladas pelo governo até o fim de semana.

Raed Ahmed, chefe do Centro Nacional de Monitoramento Sísmico da Síria, disse a uma rádio oficial que este foi "historicamente o maior terremoto já registrado".

Ajuda internacional


O governo sírio pediu socorro à comunidade internacional, que anunciou o envio de ajuda e equipes de resgate.

Foi o caso da União Europeia (UE) e de muitos dos países-membros do bloco. Reino Unido, Israel, Índia, Azerbaijão e Ucrânia, assim como a Grécia, adversária histórica da Turquia, fizeram o mesmo.

E o chefe de Estado russo, Vladimir Putin, que manteve conversas com seus colegas dos dois países, assegurou que enviará equipes de resgate.

Outros líderes, como o papa Francisco e o presidente chinês, Xi Jinping, enviaram seus pêsames às vítimas.

A Turquia fica em uma das áreas sísmicas mais ativas do mundo.

Especialistas advertem há tempos que um tremor de grande magnitude poderia devastar Istambul, que permitiu construções generalizadas sem precauções.

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