Estudo do médico e microbiologista Didier Raoult já era criticado por cientistas
O médico e microbiologista francês Didier Raoult admitiu pela primeira vez desde o início da pandemia que a hidroxicloroquina não reduz a mortalidade ou o agravamento da covid-19. Raoult era um dos principais entusiastas e promotores da substância no tratamento da doença causada pelo novo coronavírus.
"As necessidades de oxigenoterapia, a transferência para UTI e o óbito não diferiram significativamente entre os pacientes que receberam hidroxicloroquina com ou sem azitromicina e os controles feitos apenas com tratamento padrão", afirma Raoult em nota assinada junto com sua equipe ao Centro Nacional de Informações sobre Biotecnologia, da França.
Em março do ano passado, o médico e sua equipe divulgaram um estudo feito com apenas 42 voluntários em que supostamente ficava comprovada a eficácia da hidroxicloroquina associada com a azitromicina, desde que administrados no início dos sintomas.
A pesquisa foi fortemente criticada por cientistas de todo o mundo e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pois não seguia os protocolos científicos padrão. Apesar da admissão, Didier Raoult insiste na eficácia do remédio, afirmando que o tempo de internação de pacientes que fizeram uso da hidroxicloroquina foi menor do que os demais.
"Também calculamos o tempo de internação, que pareceu ser significativamente menor em pacientes tratados apenas com hidroxicloroquina ou com hidroxicloroquina e azitromicina, do que nos controles", afirma, mesmo sem nenhum respaldo científico da comunidade internacional.
O Brasil foi um dos principais países afetados pelos estudos do médico francês, visto que o presidente Jair Bolsonaro tornou-se um dos principais entusiastas da substância, incentivando o uso das medicações que não possuem nenhum efeito em relação ao quadro clínico causado pela covid-19.
Clique aqui e siga-nos no Facebook
< Anterior | Próximo > |
---|