A nova-iorquina Lorin Goldhirosch, 42 anos, decidiu sair de Nova Iorque para a Filadélfia no sábado (5) depois de ler o texto de uma amiga no Facebook. O post convocando democratas para a campanha, segundo Lorin, despertou sua vontade de participar como voluntaria para convencer os eleitores norte-americanos a votar.
Em um comitê de campanha da democrata Hillary Clinton, ela se revezava entre distribuir água e alimento para outros voluntários, fazer ligações convencendo eleitores e pegar assinaturas. "Estou aqui porque me senti incomodada com a mensagem que era passada sobre Hillary em alguns meios de comunicação. Eu quero que ela seja a primeira mulher presidente. Estou na casa de alguns amigos e devo voltar só nesta segunda para Nova Iorque", disse ao CORREIO, que viajou aos Estados Unidos a convite do governo americano.]
Do outro lado da cidade, um grupo do comitê de campanha do republicano definia as últimas estratégias para o dia da votação. "Aqui nós vamos decidir para onde vamos mandar cada um dos nossos observadores. Existem 1600 locais de votação. Enquanto estamos aqui dentro, um outro grupo está batendo de porta em porta para convencer outros eleitores de Trump a votar. Não é uma tarefa muito fácil na Filadélfia. Apesar da Pensilvania ser um estado com grande número de indecisos, a capital tem 7 democratas para cada um republicano. "Nós mapeamos onde está o maior número de republicanos e vamos até lá", conta Annie, antes de expulsar a equipe do CORREIO do comitê.
A agressividade com a imprensa tem sido uma das marcas da campanha do bilionário Trump, que considera a mídia favorável à democrata. Em comícios, Trump chegou a pedir para que o público vaiasse os jornalistas presentes.
"Eu fui democrata a minha vida toda, mas virei republicana apenas para votar no Trump nesta eleição", disse uma voluntária que não quis se identificar. Perguntada sobre o motivo de ter mudado de partida, ela não hesitou. "Corrupção. A mensagem de Trump é de que precisamos mudar. Os democratas estão trazendo o país pra baixo", disse.
A estudante de engenharia Victoria Dutria, 19 anos, que morou no Brasil durante 4 anos, disse que decidiu se voluntaria depois de s.e emocionar com um discurso da democrata. "Meus amigos, minha família. Todos vão votar em Hillary", contou animada. Nas primárias, ela votou para que Bernie Sanders fosse o candidato à presidência. "Ele tinha um discurso mais direto com os jovens. Hillary não tem tanto", disse.
Numa eleição em que os eleitores não são obrigados a votar, não é de se surpreender o poder que o trabalho voluntário tem para os Estados Unidos. Cada vota conta. No penúltimo comício da Filadélfia, no sábado (5), a candidata democrata Hillary Clinton convocou o público para que cada um convencesse as pessoas a votar na próxima terça (8).
"Aqui na Pensilvânia vocês não votam até terça-feira. Mas mais de 37,5 milhões de pessoas já votaram (voto antecipado é permitido em alguns estados). E por que eles estão votando? Porque eu acredito que eles estão se mobilizando por uma visão esperançosa e inclusiva dos EUA. E eu peço a vocês para se mobilizarem pela mesma visão quando vocês saírem para votar no dia 8. É a sua vez, Filadélfia", disse Hillary.
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