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Segundo Bolsonaro, o governo federal recebeu a anuência de quatro estados para receber os jogos (Foto: Reprodução)Segundo Bolsonaro, o governo federal recebeu a anuência de quatro estados para receber os jogos (Foto: Reprodução)

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) confirmou nesta terça-feira (1°) que o Brasil será a sede da Copa América 2021, durante solenidade no Ministério da Saúde.

Segundo Bolsonaro, o governo federal recebeu a anuência de quatro estados para receber os jogos a partir do próximo dia 13:  Distrito Federal, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e Goiás. Um quinto estado também teria aceitado receber as partidas, mas o seu nome ainda não foi revelado.

"Escolhemos as sedes em comum acordo, obviamente, com os governadores. Agora, já tivemos quatro governadores: aqui de Brasília, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e Goiás. E mais um agora, que chegou um pouco atrasado, também se prontificando a sediar a Copa América. Então, ao que tudo indica, prezado Queiroga, seguindo os mesmos protocolos, o Brasil sediará a Copa América", declarou.

Bolsonaro disse ter sido procurado pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) na segunda-feira, 31, e, “como o país está sediando outros campeonatos sem problema nenhum", ouviu ministros e não se opôs a receber a competição.

Momentos antes do anúncio de Bolsonaro, o presidente da Câmara dos Deputados eleito com apoio do Planalto, Arthur Lira (PP-AL), classificou a decisão de sediar da Copa como "inoportuna" e que seria entrar com tudo em uma "polêmica desnecessária".

Governador de um dos estados que sediará a competição, Ronaldo Caiado (DEM), de Goiás, disse nas redes sociais que impôs uma série de condições para ter os jogos na capital, Goiânia. Entre elas, que a Conmebol garanta a vacinação de jogadores, "comissão técnica, imprensa e funcionários envolvidos direta e indiretamente". Outra condição foi a de que o governo não gastasse nem "um centavo com a competição".

"Não podemos politizar esse assunto de Copa América. Porque estamos tendo Campeonato Brasileiro, Sul-Americana, Libertadores e Eliminatórias. Tivemos estaduais. Qual a diferença se protocolos até mais rígidos de segurança serão tomados? É preciso pensar na saúde e ter coerência", apelou.

Na Bahia, o governador Rui Costa (PT) afirmou na segunda-feira (31) que o estado não tinha condições de abrigar a Copa América, já que o único estádio que atende os requisitos da Conmebol, a Arena Fonte Nova, funciona hoje como hospital de campanha para pacientes com Covid-19.

Inicialmente, o petista não tinha descartado que a Bahia recebesse as partidas, mas disse que nenhuma regra seria afrouxada. Já durante o dia, o governador adotou outro discurso e comparou a velocidade de Bolsonaro para atender à Conmebol com a sua inanição para fechar acordos para a compra de vacinas contra o novo coronavírus.

O Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saude (Conass) emitiu uma nota em que desaconselhou a realização da competição em território nacional e a classificou como "inoportuna". O documento foi enviado ao Fórum de Governadores.

Na segunda-feira, o presidente do Conass, Carlos Lula, assinou um artigo, publicado pela Folha de S. Paulo junto com especialistas em alerta ao "tsunami" de contaminação que se aproxima do Brasil, com uma projeção de até 115 mil novos casos por dia nas próximas semanas - uma taxa "sem precedentes".

Depois de dizer que o estado não faria "objeção" à CBF caso fosse escolhido como uma das sedes da Copa América, o governador João Doria voltou atrás. O tucano alegou que após consultar "cientistas" e "membros do Centro de Contigência" do governo, chegou a conclusão de que a realização do torneio seria negativa para o "controle da transmissão do vírus".

Deputado federal pelo PP, partido aliado do governo da Bahia e do Planalto a nível nacional, Cacá Leão acredita que é possível sediar a Copa América desde que sem a presença de torcida nos estádios e mantidos os protocolos sanitários "mais rígidos".

Outras medidas, segundo o pepista, são importantes para receber a competição com segurança, como ter um controle de testagem dos jogadores e a vacinação dos profissionais de imprensa.

"Eu acho que sem público não tem problema, é a manutenção do esporte. Não dá para condenar não, só acho que tem que ter protocolos de segurança mais rígidos, principalmente porque vem pessoas de fora [...] e tem também a vacinação da imprensa, que vai cobrir os jogos, este é um pleito dos jornalistas que eu acho de suma importância", destacou.

Em conversa com o grupo A TARDE, o deputado federal Daniel Almeida (PCdoB) tem opinião contrária. Ele diz que este é mais um gesto de Bolsonaro para demonstrar a sua "falta de apreço pela vida" e que não há nenhuma razão, seja para melhorar a "imagem" do país, seja pelo ponto de vista econômico, para abrigar o torneio.

"Ele faz questão de demonstrar que não tem compaixão, demonstrar a falta de apreço pela vida", declarou o deputado.

Segundo Daniel Almeida, sediar a Copa América é mais uma "cortina de fumaça" propagada por Bolsonaro para desviar das cobranças de parte dos brasileiros, que ocuparam as ruas no último fim de semana em protesto contra o seu governo.

"Ele quer desviar de todas as cobranças que o Brasil faz em relação a ele, é mais uma tentativa de 'cortina de fumaça', lamentável [...] os movimentos neste fim de semana significaram em uma pressão grande nas ruas e nas redes", analisou.

Charles Fernandes, deputado federal pelo PSD-BA,  lembrou que os Jogos Olímpicos de 2020 foram cancelados em razão da pandemia e minimizou a importância da Copa América neste cenário, apesar de se declarar fã do esporte. Sem público nos estádios para gerar receita e fomentar o turismo, o parlamentar não vê "nenhum ganho" para o país.

O deputado destaca que nenhum outro país na América do Sul aceitou sediar a competição, e que só realmente "Bolsonaro" para se entusiasmar com o fato.

"Nenhum país sulamericano aceitou receber nesse momento, Chile mais bem preparado, o Uruguai, pois sabem do problema de receber gente de fora do país, o momento é delicado. Confesso que sou amante do futebol, apaixonado pelo futebol brasileiro, mas só Bolsonaro para querer uma coisa dessas", criticou.

Explicações

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, cobrou informações do governo Bolsonaro sobre a realização da Copa América no país. Ele é relator da ação movida pelo PT para tentar impedir que o campeonato seja sediado disputado em solo brasileiro.

"Considerando a importância da matéria e a emergência de saúde pública decorrente do surto do coronavírus, bem como a urgência que o caso requer, solicitem-se prévias informações ao Presidente da República no prazo legal", disse o magistrado em seu despacho.

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