Por telefone, Mancini bateu um papo com o CORREIO e falou também sobre o amistoso deste sábado (21) entre a Chape e o Palmeiras, às 15h30, na Arena Condá, que marca o retorno da equipe catarinense aos gramados.
Por telefone, Mancini bateu um papo com o CORREIO e falou também sobre o amistoso deste sábado (21) entre a Chape e o Palmeiras, às 15h30, na Arena Condá, que marca o retorno da equipe catarinense aos gramados.
CORREIO: O que você sentiu ao chegar em Chapecó?
VAGNER MANCINI: Minha chegada foi no dia 10 de dezembro. O acidente ainda estava muito forte, a cabeça das pessoas naquilo, todos muito emocionados. E, conforme foram passando os dias, fomos focando no trabalho e as coisas foram, naturalmente, entrando no eixo. E no dia da apresentação, dia 2, a gente já vivia um ambiente melhor de vestiário. Porque, embora a gente lamente tudo que aconteceu, a vida tem que continuar. Quando a gente apresentou os atletas no dia 6, passamos a ter novamente o ambiente de vestiário, de campo. Então, ali foi mais fácil não só para a gente administrar, as coisas ficaram mais leves.
CORREIO: Como foi ter Neto naquele dia e qual a participação que ele terá antes de poder entrar em campo?
VM: A participação dele foi fundamental pra que a gente tivesse um pouquinho do DNA daquela equipe, embora tenhamos também o Neném, o Moisés Ribeiro e o Martinuccio, que pertenciam àquele grupo. A chegada do Neto fez com que houvesse um envolvimento de todos, não só dos jogadores, mas dos funcionários também. E eu vejo de suma importância que ele participe do processo porque, além de ser um cara muito querido por todos, ele vai ser incentivador, um motivador, pra que todos nós possamos fazer um pouquinho a mais do que sempre fizemos, pra que haja superação, porque ele é a prova viva disso.
CORREIO: Como foi a montagem do grupo? Você pensou em jogadores que pudessem conviver com a pressão de reerguer uma equipe e com essa visibilidade?
VM: Quando a gente escolheu a maioria dos jogadores foi também pensando no aspecto emocional. Você nunca pode levar um jogador pensando só no que ele faz dentro de campo. Hoje, o futebol está muito mais amplo. Temos que ver ambiente, vestiário, lado emocional, que tipo de vida o atleta leva. Isso está muito ligado à imagem e, hoje, os clubes vivem muito da imagem. Tentamos trazer atletas que já tivessem jogado em times com muita pressão pra que, quando a gente oscilasse dentro de campo, ou até fora dele, eles estivessem mais experimentados e suportassem melhor.
CORREIO:Como você vê as mudanças do clube fora de campo, em termos de marketing e associação?
VM: O marketing foi todo reestruturado porque a visibilidade aumentou muito. A associação tinha perto de dez mil, e, hoje, já tem mais de 25 mil. Os telefones tocam diariamente. Vai aumentar muito ainda. É o carinho do povo em solidariedade a tudo que vivemos. De uma maneira simples, tem muita gente querendo ajudar. A Chapecoense, nesse momento, é o segundo time de todos os habitantes da Terra e isso é uma coisa muito importante para nós. E nós queremos exatamente usar essa energia a nosso favor.
CORREIO: Como está sendo encarar esse desafio?
VM: É uma coisa nova e seria nova para qualquer técnico. Se é o maior desafio pra mim, seria para qualquer outro treinador também. Porque ninguém viveu uma situação dessa, de remontar uma equipe inteira, reconstruir um departamento de futebol. A Chapecoense também perdeu algumas peças importantes que faziam o dia a dia do clube funcionar, então, não é fácil. Não é simplesmente montar um time que você coloque dentro de campo e jogue. Você também tem que montar toda a estrutura para que possibilite que haja um bom treinamento, que haja uma boa logística de viagem. E, diante de tudo isso, eu estou muito satisfeito. Acho que, num tempo recorde, a gente conseguiu montar uma equipe competitiva e conseguiu montar um departamento de futebol que possibilitasse isso que eu falei.
CORREIO: Quando você imagina esse time do seu jeito?
VM: Difícil precisar isso. Quando a gente pega uma equipe com uma base, que virou a temporada com a maioria dos jogadores, você já espera um pouco. Ainda mais quando você tem que remontar tudo. Do outro lado, nós contamos com o lastro individual de cada jogador pra que eles consigam se superar e fazer com que o time ganhe rapidamente padrão.
CORREIO: Como controlar a ansiedade para esse amistoso?
VM: De um lado, a gente quer que comece logo essa partida porque é uma possibilidade de jogar e de rapidamente voltar novamente ao nosso habitat natural. Do outro, sabemos que teve pouco tempo de treinamento assim como o Palmeiras. Então, talvez, as equipes estejam um pouco aquém do que vão ser na temporada. Mas acho importante você jogar, ainda mais num jogo desse que todo mundo está querendo assistir, todo mundo torcendo pra Chapecoense se arrumar rapidamente pra que possa fazer uma boa temporada. Então há uma ansiedade.
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