Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revela que entre os idosos com 60 anos ou mais, 51,6% dos homens aposentados e 55,5% das mulheres aposentadas seguem ativos no mercado de trabalho. E que o principal motivo para isso é a necessidade de complementação de renda, já que para 47% dos aposentados que trabalham, o benefício do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) não é suficiente.
Ainda segundo a pesquisa - que integra o livro Política Nacional do Idoso, Velhas e Novas Questões - em média, os homens trabalham por mais quatro anos após a aposentadoria e as mulheres por mais dois anos. A investigação aponta que a principal causa para o fenômeno é o fator previdenciário. O instrumento vincula o valor do benefício à idade da aposentadoria, sendo que quanto menor a idade, menor o benefício.
O instrumento, contudo, não cumpriu sua missão e a maioria dos trabalhadores aceitou perder parte do benefício para se aposentar mais cedo. O segundo motivo é o aumento da expectativa de vida da população, que eleva o limite da idade produtiva dos trabalhadores. A pesquisa indica, ainda, que a inserção dos aposentados no mercado de trabalho é precarizada.
O aposentado aceita um salário mais baixo para complementar a renda, ou trabalhar informalmente (sem carteira), ou trabalhar por conta própria e dificilmente volta a contribuir com o INSS. Para uma das organizadoras do livro, a economista Ana Amélia Caramano, os números reforçam a necessidade da adoção da idade mínima para a aposentadoria, mas essa medida tem de vir acompanhada de outras que combatam tanto a informalidade quanto o preconceito que permeiam a inserção do idoso no mercado de trabalho.
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