Sessão na Câmara de Camaçari (Foto: Divulgação)
Aparentemente, existe um acordo silencioso entre os vereadores de Camaçari para tentar evitar um escândalo político de grandes proporções na Casa. Nesta terça-feira (13), mais uma vez a sessão foi encerrada sem a participação dos edis nos Assuntos Gerais. Nas últimas semanas, a Câmara tem tido uma pauta mais amena, com suspensão de sessões ordinárias, ausência dos governistas no plenário durante os Assuntos Gerais, e mais recente, o fim da sessão sem os tradicionais e acalorados debates.
Internamente, um turbilhão de mudanças e a crescente insatisfação ameaça a imagem da casa legislativa. O estopim recente foi uma reunião entre os 11 vereadores membros da base do governo, para discutir a insatisfação com gestão do vereador Niltinho Maturino (PRD), presidente da Casa. Após o encontro, publicações em redes sociais e jornais regionais passaram a descrever os possíveis motivos do desgaste na relação.
As apurações oficiosas dão conta de que o presidente estaria cortando recursos dos gabinetes, uma redução que pode chegar a 30%. Em paralelo a escassez de recursos na Casa, o candidato derrotado nas eleições municipais de 2024, o ex-presidente do legislativo municipal, Flávio Matos (União Brasil), estaria sendo beneficiado com vagas na Câmara. A candidata a vice na chapa com Flávio, a ex-vereadora Professora Angelica (PP), também estaria recebendo benefícios.
Segundo os rumores, o valor total arrecado por Flávio seria de R$ 1000.000,00. De acordo com dados apresentados pelo Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia (TCM-BA), o valor das gratificações distribuídas durante os três primeiros meses desse ano chega a mais de R$ 1 milhão.
Nesse clima de denúncias e descontentamento, dois vereadores da oposição anunciaram a mudança de bancada, tornando-se independentes. O ex-líder de governo, Dudu do Povo (União) e Manoel Jacaré (PP), se juntaram a Samuka (PRD) e agora integram a nova bancada da casa. Após o anúncio, o vereador Manoel cumpriu agenda com o ex-prefeito Antonio Elinaldo, amortizando o impacto da mudança.
Apesar desses conflitos, algum entendimento parece ter sido estabelecido e nos últimos dias, as denúncias referente a gestão da Câmara foram abafadas. O desfecho aguardado para hoje foi substituída pela leitura de mensagens do executivo e de moções de aplausos. Em 43 minutos de sessão, os vereadores cumpriram suas atribuições públicas sem nenhum comentário sobre a pauta eminente na Casa.
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