Maternidade Regional de Camaçari (MRC) (Foto: Hyago Cerqueira/Destaque1)
A Maternidade Regional de Camaçari (MRC), é considerada pela Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), como uma das unidades de referência no fortalecimento das políticas públicas voltadas à saúde materna, pediátrica e neonatal. Vinculada ao Governo da Bahia, a maternidades é geridas pela Fundação Estatal Saúde da Família (FESF-SUS).
A divulgação feita pela Sesab acontece em alusão a campanha nacional que tem como tema “Começos Saudáveis, Futuros Esperançosos”, iniciativa que chama atenção para o aumento dos casos de gestação de alto risco no país. Segundo divulgação da secretaria, os dados nos últimos anos tem sido preocupantes. Um dos exemplos é o ano de 2021, onde o Brasil registrou 110 mortes maternas para cada 100 mil nascidos vivos, um retrocesso aos índices da década de 1980, segundo pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Dentre os fatores para mudar essa realidade, estão o pré-natal adequado, ambiente seguro e assistência neonatal qualificada. Nesse quesito, os resultados da Maternidade Regional de Camaçari são considerados destaque pela pasta de saúde do estado. Foram realizados 653 partos de alto risco em 2024 e 161 apenas no primeiro trimestre de 2025. A unidade realiza, em média, 320 atendimentos mensais de pré-natal. Os resultados positivos são atribuídos a ações voltadas para melhoria da qualidade da assistência, contribuindo para a prevenção de complicações que podem levar à mortalidade materna e infantil.
Um dos exemplos desse cuidado é a pequena Sofia, que nasceu saudável na Maternidade de Camaçari. A mãe, Juliana Oliveira, de 33 anos, natural de Porto de Sauípe, só descobriu que sua gravidez era de alto risco no sétimo mês de gestação, ao ser diagnosticada com pressão alta e diabetes gestacional. Com os cuidados adequados, o parto aconteceu sem intercorrências.
A vida mais acelerada e o aumento no consumo de alimentos ultraprocessados são exemplos de fatores que vêm contribuindo para a mudança no perfil das gestantes de alto risco. No entanto, quanto mais cedo se diagnostica e acompanha essas gestações, maiores são as chances de sucesso.
Denúncias e omissão
Apesar dos números positivos apontados pela Sesab, o Camaçari Fatos e Fotos (CFF) e outros veículos de comunicação da cidade têm sido constantemente procurados por mães que relatam experiências negativas, apontando falhas médicas, demora nos procedimentos, negligência e falta de cuidado na unidade. Os depoimentos revelam um padrão alarmante de problemas recorrentes, muitas vezes resultando na morte de recém-nascidos ou em complicações graves para as mães.
Os depoimentos apontam que casos que resultam nas mortes e complicações na na maternidade acontecem com frequência e não recebem a devida resposta/investigação pública. Mesmo reconhecendo a importância do equipamento para a região, as falhas e negligências apontadas devem ser investigadas e as respostas precisam vir dos órgãos estaduais. Existem muitos méritos, mas as denúncias demandam uma apuração rigorosa, preservando vidas e restabelecendo a confiança da população.
Estrutura da maternidade
Inaugurada em 2022, a maternidade dispõe de 107 leitos que atendem a diferentes necessidades, desde partos de risco habitual até os de alto risco. São 56 leitos de obstetrícia, 8 para gestação de alto risco e outros destinados à neonatologia, cirurgia ginecológica e plástica, além de leitos de UTI neonatal e unidades de cuidados intermediários (UCI), incluindo o modelo Canguru, que favorece o contato entre mãe e bebê, fortalecendo o vínculo afetivo e o desenvolvimento dos recém-nascidos.
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