Foto: CFF/Marcelo Franco
Após o burburinho nas redes sociais sobre a situação da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) dos Phocs, que precisou ser fechada após sofrer um alagamento, nesta segunda-feira (13), o Camaçari Fatos e Fotos (CFF) resolveu ir ao local para investigar as reais causas do problema.
A polêmica
Para além da entrada de água na unidade, que gerou danos a equipamentos e perda de diversos medicamentos, cujas caixas foram molhadas pela água suja, a ocorrência gerou uma polêmica ainda maior devido à reação de alguns vereadores nas redes sociais: de um lado, os petistas Tagner Cerqueira e Kaique Ara, que visitaram a unidade e apontaram falhas na execução da obra da UPA como fonte do problema e criticaram o ex-prefeito Elinaldo Araújo (União Brasil) por executar uma reforma “às pressas”, sem a devida qualidade.
Do outro, o também vereador Jameson (PL), defensor do ex-prefeito, que esteve na unidade e conversou com uma pessoa que se identifica como Maristela e se declara médica da UPA, segundo a qual o problema nada teria a ver com a obra e seria, segundo ela, fruto de “um cano estourado na rua detrás”.
A realidade
De acordo com um funcionário da UPA, que pediu para não ser identificado, a água entrou pelos fundos da unidade e o alagamento parece não ter relação direta com a estrutura da área recém inaugurada. No entanto, a lama no entanto, vem da parte que seria “o quintal” da UPA, ainda cercada com tapumes e aparentemente sem a devida contenção, mesmo a inauguração tendo sido recente.
Ao contrário do que declarou a médica, não há nenhum cano estourado atrás da UPA, nem nenhum ponto onde sequer pareça que houve rompimento de tubulação. Na realidade, não existe rua atrás da unidade de saúde. O que existe no fundo da UPA é um campinho, cuja obra parece estar paralizada. No local há uma betoneira e cadeados que trancam o portão de acesso à obra. Não foram vistos trabalhadores em nenhum dos três momentos em que o CFF esteve na obra.
A construção do campinho está inacabada, com muros e paredes sem reboco, entre outras coisas.
Entre o campinho e os tapumes que vedam o fundo da UPA existe uma viela com calçamento recente e paralelepípedo. É possível ver claramente o local onde o calçamento cedeu e houve uma pequena erosão. Ao que tudo indica, é por onde a água entrou na unidade. Essa água, também ao que tudo indica, teria sido das fortes chuvas, o que reforça a versão dos vereadores Ara e Cerqueira e desmente a fala da médica.
A versão oficial
A equipe do CFF entrou em contato com a Prefeitura para saber qual é a resposta oficial sobre as causas do alagamento e fomos informados de que o caso segue em investigação para identificar as responsabilidades, já que a obra da UPA e do campinho são fruto de contratos diferentes da gestão passada.
Encenação?
Outro ponto que chamou atenção nessa polêmica foi o video publicado pelo vereador Jameson, no qual a médica parece já esperar por ele, assim que ele chega na unidade. No vídeo, ele é recebido na porta do local e imediatamente ela já oferece a explicação, que não condiz com a realidade, conforme apurou este jornal.
Foto: CFF/Marcelo Franco
Foto: CFF/Marcelo Franco
Fachada da Unidade - quem vê cara não vê coração. Foto: CFF/Marcelo Franco
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