(Foto: Reprodução)
De acordo com dados da Associação dos Guarda-vidas de Camaçari (AGMAC), desde outubro o município registrou cinco mortes por afogamento, mas quatro dessas tragédias poderiam ter sido evitadas caso o contingente de salva-vidas fosse suficiente para cobrir os 42 km de extensão do litoral.
O caso mais recente ocorreu no último dia 17, quando um homem não identificado se afogou ao entrar sozinho no mar em Jauá, por volta das 19h. Por se tratar de um horário em que não há cobertura de salva-vidas, a AGMAC classificou este como o único caso em que o resgate seria inviável.
Contingente insuficiente
Atualmente, Camaçari conta com apenas 12 salva-vidas em atividade, um número muito aquém do necessário para garantir a segurança nas praias do município. Segundo a AGMAC, o ideal seria ter 63 profissionais distribuídos em postos ao longo da faixa litorânea. A situação se agravou após as eleições, quando o prefeito Elinaldo Araújo (União Brasil) reduziu drasticamente o quadro de salva-vidas sob a justificativa de ajuste fiscal, ou seja, fechar as contas no final da gestão. O corte deixou apenas 26 salva-vidas em operação.
A situação se deteriorou ainda mais em dezembro, quando quase metade dos profissionais entrou em férias, reduzindo o efetivo para os atuais 12 salva-vidas. Essa precariedade aumenta o risco de novos acidentes, especialmente nas próximas semanas, quando há um aumento significativo no número de banhistas nas praias de Camaçari. .
Críticas e cobranças
O presidente da AGMAC, Edevaldo da Silva Souza, tem feito reiteradas críticas à gestão municipal e cobrado providências. "Nós alertamos há meses sobre o risco iminente de tragédias devido à falta de salva-vidas. Infelizmente, nossas advertências não foram levadas a sério e vidas foram perdidas", declarou Souza. Ele destacou que a associação fez diversas tentativas de diálogo com a Prefeitura de Camaçari, mas até o momento nenhuma medida concreta foi tomada para solucionar o problema.
Com o número atual de profissionais e a infraestrutura disponível, é impossível garantir a segurança dos banhistas ao longo do litoral.
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