Nem MDB nem Novo. Quem deve definir o resultado do segundo turno em Camaçari é a capacidade de cada candidato e seus aliados de conquistar o voto daqueles que não compareceram às urnas.
Como vem acontecendo há mais de uma década, as eleições de 2024 em Camaçari registraram um aumento significativo no volume de abstenções em comparação com o pleito anterior. De acordo com os dados divulgados pelo Tribunal Regional Eleitoral, 38.073 eleitores não compareceram às urnas, representando uma taxa de abstenção de 18,49%.
Esse número reflete um crescimento de 27,6% em relação às eleições de 2020, quando a abstenção foi de 14,48%. Em termos absolutos, o volume de eleitores que se ausentaram aumentou de 29.846, em 2020, para os atuais 38.073.
Desde 2012
A evolução das abstenções em Camaçari segue uma tendência de crescimento constante desde as eleições de 2012. Naquele ano, a taxa de abstenção foi de 12,05%, aumentando para 13,54% em 2016, depois para 14,48% em 2020. Agora, em 2024, o percentual de abstenção atingiu 18,49%, consolidando uma alta de mais de 53% em 12 anos. Esse aumento expressivo reflete uma gradual alienação eleitoral e um distanciamento da população do processo político municipal.
Abstenção e votos nulos
Além do crescimento das abstenções, as eleições deste ano também registraram um número elevado de votos nulos, principalmente para o cargo de prefeito. Enquanto 7.270 eleitores (4,33%) anularam seu voto para prefeito, o número de votos nulos para vereador foi de 5.814 (3,47%).
Impacto Eleitoral
O aumento de brancos, nulos e abstenções tem dado um recado claro para todos os lados da política camaçariense: uma parcela cada vez maior da população está descrente no processo e cada vez mais afastada do debate e da construção democrática. Outro ponto relevante é o desencantamento generalizado com a classe política, que já vinha sendo observado em pleitos anteriores, e que se intensificou nas eleições de 2024.
Os números também colocam em evidência a necessidade de políticas públicas que incentivem a participação eleitoral e combatam o desinteresse político, especialmente entre os jovens, que historicamente têm apresentado taxas de abstenção mais elevadas.
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