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Desde maio, mais de 100 casas da região já foram derrubadas (Foto: Marina Silva/Correio)Desde maio, mais de 100 casas da região já foram derrubadas (Foto: Marina Silva/Correio)

Defesa Civil deve finalizar as demolições na região até o final da semana que vem; quatro foram derrubadas nesta segunda (5)

Uma operação da Defesa Civil de Camaçari, demoliu, nesta segunda-feira (5), quatro imóveis que ficavam às margens do Rio Camamu, no bairro Jardim Brasília. Até o final da semana que vem, 27 casas serão demolidas. A ação acontece por ameaça iminente de deslizamento de terra.


Às 6h da manhã da última sexta-feira (2), um deslizamento de terra derrubou uma casa na Rua Fazendinha, no bairro Phoc I, em Camaçari. Mais três imóveis precisaram ser demolidos por conta do acidente. Nesta segunda, a Defesa Civil da cidade demoliu a última casa dessas quatro e partiu para o bairro Jardim Brasília para derrubar outras que ficam às margens do Rio Camamu. Desde maio, mais de 100 casas da região já foram derrubadas

Segundo o coordenador da Defesa Civil, Ivanaldo Soares, em abril deste ano, as casas que ficam às margens do Rio Camamu ficaram quase todas alagadas por conta de uma enchente, por isso que os imóveis estão sendo demolidos. Ao todo, 109 casas já foram derrubadas desde maio. A expectativa do órgão é que não tenha mais residências no local até o final da semana que vem, exceto por aquelas que foram demolidas parcialmente por não estarem em risco iminente de deslizamento.

“As pessoas passam por um processo de indenização, sendo que todos moradores das 27 casas já foram colocados no aluguel social. Também foi transportado móveis, portas, janelas, o que eles pediram pra gente das casas, para um destino que eles pediram. Devemos finalizar tudo até o final da outra semana, porque tem que fazer o expurgo do material”, explicou o coordenador.

Segundo Soares, o órgão já realiza um processo de limpeza e alargamento da calha do rio, que é o canal principal por onde escoam as águas de um corpo hídrico, para evitar novas enchentes no trecho.

Dona de uma das casas demolidas, Maria de Lourdes, de 48 anos, foi até o local da demolição para uma despedida da residência que morou durante toda sua vida. Ela foi avisada em agosto que precisaria se mudar, a Defesa Civil deu para ela um prazo de três dias para que arranjasse outro imóvel para morar e fizesse toda a mudança.

“Eu tenho um filho especial, um cachorro que precisa de espaço, não conseguiria fazer tudo isso em três dias. Eu pedi para eles um prazo maior, eles me deram cinco dias. Não conseguimos achar outra casa nos primeiros quatro dias, achamos um no último, foi quando fechamos o contrato e nos mudamos. Uma correria”, relatou a dona de casa.

Maria de Lourdes disse que conseguiu se mudar porque pagou o aluguel da nova casa com dinheiro do próprio bolso. “Não depositaram ainda o dinheiro do auxílio aluguel. O pior é que a gente teve que insistir para o proprietário da nova casa deixar a gente alugar, porque ele disse que a prefeitura não paga nada direito e que não podia contar com esse dinheiro. A gente explicou que pagaríamos o valor com ou sem o auxílio, daí conseguimos fechar o contrato”, relembrou.

Emocionada em ver a casa sendo demolida, Maria admite tristeza em ver tudo indo embora tão rápido. “Morei minha vida toda aqui. Minha casa nunca tinha alagado. Uma vizinha tinha acabado de gastar R$ 15 mil para reformar a casa dela. É muito triste, entendo que é por segurança, mas é ruim ter que se mudar da sua própria casa e procurar outra em um tempo tão curto”, finalizou.

Outros moradores da região também informaram que ainda não receberam o auxílio aluguel. A prefeitura foi procurada para responder sobre esse questão, mas não respondeu até o fechamento desta reportagem.

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