Medida foi tomada após a ocorrência de vários crimes com o povo cigano que vive em Camaçari
O Ministério Público Federal (MPF) abriu um inquérito, nesta segunda-feira (31), para apurar e coletar elementos a respeito da necessidade de aumentar o policiamento preventivo para garantir a segurança do povo cigano no município de Camaçari.
“Aguarde-se, por mais 10 (dez) dias, a resposta ao Ofício n° 438/2021/PR-BA/14ºOTC, dirigido ao MP/BA. Com a resposta do MP/BA ou esgotado o prazo, venham os autos conclusos. Publique-se a presente portaria”, informa o MPF em portaria.
O secretário de Governo de Camaçari, José Gama Neves, informou que analisa essa questão com muito cuidado, pois envolve violência e morte. "A gestão municipal, através da Secretária de Ação Social, tem uma corregedoria que faz o acompanhamento dos povos tradicionais. A gente pode designar alguém para acompanhar essa ações do MP de perto", afirmou.
A medida foi tomada após a ocorrência de vários crimes com o povo cigano que vive em Camaçari. No último dia 12, três homens estavam na porta da residência quando tiveram os corpos perfurados por balas. Dois deles morreram no local e o terceiro foi levado ao Hospital Geral de Camaçari, mas também faleceu após três dias internado.
Entenda o caso
Num intervalo de 12 horas, uma família de ciganos foi praticamente exterminada na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Foram quatro mortos: uma mulher, o marido dela e seus dois enteados. Os crimes são apurados pela Polícia Civil, que investiga se os casos estão relacionados.
As primeiras mortes aconteceram na cidade de Dias d'Ávila por volta das 19h30 do último dia 11. O casal Orlando Alves, 59 anos, e Luciene Alves de Oliveira, 56, estava dentro de casa quando foi baleado por um homem numa moto. Já em Camaçari, o irmão e dois sobrinhos de Orlando estavam na porta da residência quando tiveram os corpos perfurados por balas por volta das 7h30 do dia 12.
Cerca de 40 dias antes do ocorrido, um filho de Orlando foi assassinado numa emboscada na localidade de Cascavel, em Dias d'Ávila. "Do nada, chegam, matam e ninguém sabe o porquê", disse um cigano, amigo da família, que preferiu não revelar o nome. No entanto, informações preliminares da polícia dão conta de que as mortes teriam sido encomendadas por um outro cigano, que responsabiliza a família de Orlando pela morte do seu neto.
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