Deputado federal Luiz Caetano (PT) em entrevista ao Bahia no Ar (Foto: Divulgação)
Afora o que estiver em oculto ao entendimento comum, não é novidade para ninguém que o povo não absorve muito bem quando percebe que um sujeito está sofrendo algum tipo de perseguição ou se estão usando pontos negativos da vida de alguém para massacrá-lo com vistas a projetar essa ou aquela outra pessoa às custas do escárnio do perseguido.
A experiência das últimas eleições municipais, ainda que em parte houvesse envolvido uma preocupação com a condução da cidade muito mais pelos aliados do que pela própria história do então candidato Antônio Elinaldo (DEM), explorada á exaustão no negativo que o ligaria à justiça muito mais que pela inexperiência administrativa, e o seu inteligente aproveitamento da situação, com o discurso de “injustiçado e perseguido” pelos adversários, aceito pela população como se viu, é um dos exemplos disso.
Saindo da seara política, como exemplo clássico, tem-se os casos que envolvem a maioria dos vencedores dos reality shows, como o Big Brother Brasil (BBB), da Rede Globo, onde os comprovadamente menos abastados ou ainda os mais insistentemente emparedados acabam não só retornando do padrão mas também levando a bolada ao fim do evento, como aconteceu na última edição, que teve como vencedora a acreana Gleici Damasceno, ‘pobre de carteirinha’ assumida.
E a reação que se percebe, de dentro à fora do país, com o evento da prisão consumada do ex-presidente Lula, depois de tramitada todas as etapas jurídicas e midiáticas que supostamente o povo ainda via como legais, ou naturais, então “aceitáveis” por tudo o que se fazia com vistas a isso mesmo porem hoje na já patente inversão do entendimento popular de outrora acerca do que realmente envolve a situação, é a tampa dessa panela: o ex-presidente só tem crescido.
Com isso, e com o aumento das filiações ao Partido dos Trabalhadores (PT), desde a prisão, o que disse o deputado federal Luiz Caetano (PT), na entrevista que deu ao radialista Roque Santos, na manhã desta segunda-feira, 23, que “a esquerda tem tudo para vencer as eleições”, não seria novidade alguma se acontecesse e tem mesmo tudo para acontecer. Mas não aconteceria pela falta de unidade dos partidos de direita, como o deputado falou, se acontecer acontecerá pela percepção da população à desproporção da condenação e do tratamento imposto ao ex-presidente, com que a massa acaba por não concordar.
E não somente a massa já pensa diferente, além do questionamento de juristas de toda ordem à condução e desfecho do processo, mas também membros da alta corte do judiciário, uma vez que o site Diário do Centro do Mundo (DCM), trouxe no destaque desta terça-feira, 24, que ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) “em evento admitem possível soltura e eventual candidatura de Lula”.
As previsões do deputado Caetano, de fato, com o ex-presidente solto e candidato ou não, se considerado a história e a rejeição do povo 'à injustiças', no caso de Lula pelo menos no tocante aos largamente questionados argumentos ‘jurídicos’ e midiáticos que levaram à sua condenação, devem mesmo se confirmar, com a esquerda virando o jogo por todo o país nas próximas eleições. E se assim for, pior para quem pulou do barco “na primeira água”.
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