Íntegra:
NOTA DA SECRETARIA DE SAÚDE DE CAMAÇARI
Em resposta à denúncia feita ao Camaçari Fatos e Fotos no dia 18 de abril em matéria com o título “Em vídeo ativista reclama que não consegue advertir prefeitura sobre grave zoonose contagiosa ao humano em Camaçari” segue nota da Secretaria de Saúde esclarecendo algumas das atribuições do Centro de Controle de Zoonoses e a outros fatos questionados pela senhora Natália Vieira.
Primeiro é importante ressaltar que o secretário de Saúde e sua equipe nunca se furtaram em atender a senhora Natália, assim como qualquer ativista ou munícipe. Inclusive no em que a ativista esteve no gabinete o secretário e o subsecretário estavam atendendo munícipes e se reunindo com servidores da Sesau. Vale ressaltar a senhora Natália sempre é bem recebida no Centro de Controle de Zoonoses.
Sobre a denúncia de que o secretário de Saúde saiu de seu gabinete por uma "suposta" porta lateral para não receber os ativistas, isso não procede. Uma vez que o gabinete do secretário possui apenas uma porta de entrada e saída.
No que diz respeito a Esporotricose, doença que atinge principalmente os animais e é transmitida ao humano através do contato com o solo contaminado, a Sesau garante que a Vigilância à Saúde, através do Centro de Controle de Zoonoses está atenta aos cados de esporotricose humana e monitorando os casos da doença em animais.
A esporotricose é uma micose subcutânea causada pelo fungo Sporothrix schenckii, que acomete seres humanos e outros animais domésticos e silvestres, principalmente os felinos 1,2. Existem relatos da ocorrência da doença em vários Estados. Nos últimos anos foram notificados surtos da doença no Rio de Janeiro associados à transmissão de felinos para seres humanos, sendo que em 2014 foram registrados 1.581 casos de esporotricose felina e 1.845 casos humanos. Em 2016 houve um aumento de 400% no número de animais diagnosticados, com 13.536 atendimentos, comparados com 3.253 em 2015. 3
Na Bahia, a esporotricose não é considerada uma doença comum, mas tornou-se um problema de saúde pública para o município de Camaçari com primeiro surto da doença em felinos e seres humanos no ano de 2015. A Coordenação de Vigilância Epidemiológica (COVEPI), entre dezembro de 2015 e julho de 2016 notificou 16 casos suspeitos para esporotricose humana, com maior ocorrência no bairro de Camaçari de Dentro (8 casos).4 O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) entre setembro de 2015 a 15 de março de 2018 notificou 12 casos de esporotricose animal. Os primeiros casos suspeitos da doença foram registrados no bairro de Camaçari de Dentro, porém outras localidades como Nova Vitória, Verde horizonte, Parque das Mangabas, Abrantes, Jauá e Arembepe já registram felinos com lesões de pele (suspeitos) o que indica que a esporotricose é uma zoonose em expansão no município.
Nesse contexto, recomendamos atenção especial aos casos suspeitos humanos e de animais, notificando com brevidade aos órgãos competentes.
Todos os casos suspeitos de ESPOROTRICOSE ANIMAL deverão ser notificados ao Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Camaçari para realização da investigação através da busca ativa dos animais com suspeita clínica da doença. Enquanto os casos suspeitos de ESPOROTRICOSE HUMANA deverão ser notificados a Coordenação de Vigilância Epidemiológica (COVEPI).
SINAIS CLÍNICOS DA ESPOROTRICOSE EM ANIMAIS
A esporotricose é uma micose subcutânea com sintomatologia variável. Os sinais clínicos mais comuns em felinos são lesões ulceradas, geralmente com pus, com difícil cicatrização e com evolução rápida. Outros sinais, como emagrecimento, perda de apetite, apatia e secreção nasal também podem ocorrer. Embora seja menos frequente, o fungo Sporothrix spp também pode acometer caninos, geralmente após contato com felino infectado, provocando feridas no focinho, membros ou no corpo.
FORMAS DE TRANSMISSÃO
A forma clássica de transmissão do fungo Sporothrix spp é por meio do contato com o ambiente contaminado, a exemplo de solo, farpas ou espinhos de plantas. No entanto, animais infectados, pincipalmente felinos, também podem transmitir o fungo para seres humanos por meio de arranhões, mordidas e contato direto com a pele lesionada do animal.
DEFINIÇÃO DE CASO SUSPEITO
Todo animal (especialmente gatos) com lesão cutânea (localizada e/ou disseminada), sendo muito comum em áreas da face (focinho e orelhas). Inicialmente a lesão é sólida, circunscrita, avermelhada, levemente elevada, aumentando lentamente para se tornar um nódulo que, posteriormente, pode ulcerar.
RECOMENDAÇÕES
Para evitar a transmissão do fungo para seres humanos e outros animais e a disseminação no ambiente, recomenda-se que:
•Todo animal suspeito de esporotricose seja encaminhado, o quanto antes, para atendimento veterinário, para que seja feito o diagnóstico precoce e o tratamento adequado;
• Os animais doentes sejam manipulados apenas com luvas e posteriormente se lavem as mãos;
• O ambiente onde o animal vive seja higienizado, para auxiliar na redução dos fungos e prevenir novos casos;
•Em situação de óbito, os animais afetados devem ser incinerados e não enterrados, para evitar que o fungo se espalhe no solo e acometa outros animais;
• O animal afetado seja separado em outro ambiente, para que possa receber os cuidados clínicos necessários, sem risco para outros animais que por ventura convivam no mesmo local;
•Médicos Veterinários que atenderem e/ou diagnosticarem animais com esporotricose devem notificar ao Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) por meio dos telefones 3634-5753/3634-5743 e
Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.
•Proprietário de animais com suspeita da doença deve buscar orientações no CCZ, por meio dos telefones 3634-5753/3634-5743.
É importante salientar que a esporotricose em animais é uma patologia passível de diagnóstico e tratamento em clínicas veterinárias; por isso, se recomenda que não se abandone, maltrate ou sacrifique o animal com suspeita da doença.
Orientamos que diante de casos suspeitos da doença ou dúvidas sobre as ações desenvolvidas por esta unidade seja realizado contato através dos telefones (71)3634-5753/3634-5743 ou através do e-mail:
Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.
Endereço do CCZ: Rodovia BA-512, Km 2 Jardim Santo Antônio, Camaçari—BA - CEP. 42.800-000.
Veja também:
Em vídeo ativista reclama que não consegue advertir prefeitura sobre grave zoonose contagiosa ao humano em Camaçari
< Anterior | Próximo > |
---|