Maria do Carmo Siqueira, presidenta da AHPIC
Insatisfeita com a inadimplência no pagamento dos alugueis por “quase um ano” das instalações do prédio que a cidade conhece como “Hospital da Mulher”, e que estava em vias de ser reinaugurado como “Centro Médico Camaçari”, a ex-vereadora e ex vice prefeita de Camaçari, também conhecida como “a guerreira da saúde”, Maria do Carmo Siqueira, 76 anos, que, como diz, teria locado a sede do HM a uma entidade do ramo por “não suportar vê-lo fechado”, surpreendeu à esta redação e certamente surpreenderá a cidade, com o encaminhamento ao Camaçari Fatos e Fotos (CFF) duma carta pública dirigida à população, a quem pede ”apoio”, contra quem no documento acusa de “oportunistas” que, conforme suas palavras, a teria envolvido no 'drama' que vem enfrentando a 01 ano.
“Trago a tona este tema, Camaçari Terra das Oportunidades e dos Oportunistas, por constatar que a nossa amada Camaçari, que muito nos orgulha por ser de fato essa Terra das Oportunidades, acaba, invariavelmente, atraindo pessoas oportunistas, que, ao invés de procurar construir legitimamente a sua plataforma de ascensão, através do suor do próprio rosto, buscam brechas circunstanciais para pegar carona no trabalho alheio”, diz trecho da carta, que o CFF disponibiliza à baixo, na íntegra.
Íntegra da carta:
Camaçari, 02 de abril de 2018
Carta de CARMEM, A GUERREIRA DA SAÚDE, para população de Camaçari.
Camaçari, Terra das Oportunidades e dos Oportunistas
Imbuída do sentimento de amor e dedicação que sempre marcou a minha atuação social em prol desta querida Cidade, dirijo-me ao povo, que assim como eu constituiu aqui a sua historia de vida, para prestar esclarecimentos a respeito de fatos relacionados à condução do projeto social que aqui edifiquei ao longo de muitos anos, para servir a essa maravilhosa população.
Trago a tona este tema, Camaçari Terra das Oportunidades e dos Oportunistas, por constatar que a nossa amada Camaçari, que muito nos orgulha por ser de fato essa Terra das Oportunidades, acaba, invariavelmente, atraindo pessoas oportunistas, que, ao invés de procurar construir legitimamente a sua plataforma de ascensão, através do suor do próprio rosto, buscam brechas circunstanciais para pegar carona no trabalho alheio.
A situação que coloco em evidência aqui, com o objetivo de dar transparência aos fatos, diz respeito ao desenvolvimento das atividades relacionadas missão do Hospital da Mulher de Camaçari, o qual representa a âncora do meu trabalho social nesta Cidade.
Tradicionalmente o Hospital da Mulher de Camaçari (HMC) sempre foi gerido diretamente pela AHPIC – Associação Hospitalar Protetora da Infância e da Maternidade de Camaçari, uma entidade criada por mim no ano de 1998. Porém, em função da crise econômica estabelecida a partir de 2014, que reduziu os investimentos públicos em saúde, a mesma não conseguiu manter o empreendimento em operação.
Após determinado período de inatividade, buscando resolver pendências administrativas, a AHPIC passou a buscar parceiros que se mostrassem capazes de recolocar a unidade em funcionamento agregando mais qualidade aos serviços oferecidos a população.
Como resultado dessa busca, em março de 2017 a AHPIC firmou um contrato de locação disponibilizando o equipamento para ser administrado pela AMA – Associação de Mulheres Ativas, entidade registrada no CNPJ sob nº 14.672.633/0001-50, tendo como claro objetivo a continuidade do trabalho social tradicionalmente desenvolvido pela AHPIC, - promover serviço de saúde acessível ao povo necessitado.
De logo é importante ressaltar que esse vínculo com a AMA foi articulado pela senhora Doutora Cristiane Barcelar, que na época se apresentou como interessada em estabelecer uma parceria comigo, alegando o seu propósito em fortalecer o meu trabalho social e obter dividendos políticos para si. Como ela demonstrou não possuir condições de encampar o projeto, buscou parceria com a AMA, passando a ser apenas uma intermediária da ação.
Contudo, para o meu total desapontamento e preocupação, a Locação do Empreendimento acabou por se consolidar como um sério problema, pois a entidade locatária passou a ocupar o imóvel, onde chegou a executar reformas, e logo a partir do segundo mês deixou de honrar com o pagamento do aluguel, fato que deixou a APHIC em apuros, impossibilitada de honrar com seus compromissos legais.
Durante esse longo período de inadimplência, já beirando 01 (um) ano, nós da AHPIC temos buscado exaustivamente encontrar uma forma negociada para resolver o impasse com a AMA, pois não consigo imaginar aquele hospital fechado, uma vez que ele foi sonhado e construído para servir ao povo que necessita de serviço de saúde acessível a todos.
Portanto, apesar do caso já encontrar-se sub judice, estamos em franco dialogo com o presidente da entidade locatária visando à dissolução do problema. Pois eu não vou sossegar enquanto não ver aquele hospital funcionando, cumprindo o seu objetivo social.
Ocorre que, durante o transcorrer das negociações com a AMA, especialmente ao atingirmos a fase mais amadurecida dos entendimentos, visando o fechamento de um acordo, a senhora Cristiane Barcelar, que legalmente não representa a AMA e pouco fez no sentido de encontrar uma solução pacífica para a crise, ao sentir-se incomodada com a possibilidade do empreendimento sair do seu rol de influência comercial e política passou a agir de forma aleatória e isolada com claro objetivo de apoderar-se do projeto e colocá-lo a serviço dos seus interesses pessoais, mesmo sabendo que não possui nenhuma legitimidade para isto.
Para se ter uma noção do comportamento malicioso da Doutora Cristiane Barcelar, o qual denota também desespero e desequilíbrio emocional, vejam que a mesma, ao perceber que estaria perdendo o espaço que imaginava ocupar no projeto, se lançou numa cruzada midiática visando conquistar o apoio social e político da sociedade para pôr em funcionamento, de forma precária e improvisada, um empreendimento em que ela mesma foi a grande responsável por colocá-lo na condição inoperante em que se encontrava até o presente momento.
Dentre as ações midiáticas realizadas pela Doutora Cristiane, consta a veiculação de um carro de som em vias públicas, intensas publicações em redes sociais e até uma entrevista publicitária numa revista (nossa metrópole). O que mais chama a atenção em todas essas publicações é caráter individualista da doutora e o foco que ela dedica na sua autopromoção, uma clara demonstração de que se trata de uma investida política.
Sensato seria se a Doutora Cristiane viesse se dedicando em resolver o problema da inadimplência pelo Aluguel do Bem. Pois a APHIC depende desse recurso para sanear suas obrigações legais. No entanto, a postura apresentada por ela a descredencia completamente como possível intermediadora nos entendimentos com a AMA. Pois demonstra uma atitude de fúria em se apossar de um Bem que pertence a coletividade. Uma vez que o Hospital da Mulher é um patrimônio social, não podendo pertencer a ninguém, individualmente. Pois o verdadeiro dono do Hospital da Mulher é o povo de Camaçari.
Sobressaltada por essas atitudes imprudentes da Doutora Cristiane, associada à preocupação que carrego pela longa condição de inadimplência e descumprimento contratual por parte da AMA, eu, Maria do Carmo Siqueira, na condição de presidente da AHPIC, detentora legítima da guarda patrimonial do Hospital da Mulher, busquei nesse momento adotar a medida que considero mais sensata para proteger o Bem Público em questão e assegurar que o mesmo retome a missão para a qual foi criado, - servir ao interesse da população camaçariense. Convicta desse propósito resolvi reassumir a posse do equipamento e a Direção de suas Ações.
A medida adotada não incorpora nenhuma intenção no sentido de prejudicar o diálogo que vem sendo realizado entre as entidades AMA e AHPIC, cujo objetivo é chegar a um acordo visando evitar prejuízos, de forma mútua.
Da minha parte, ao tomar a decisão suprafirmada, me reposiciono na frente de batalha, como sempre fiz nos momentos cruciais da minha vida, em de busca todo apoio possível para viabilizar o retorno do pleno funcionamento do Hospital da Mulher.
Assim como no passado busquei o apoio das autoridades de plantão, e consegui, não hesitarei em buscar nesse momento o apoio do Prefeito Elinaldo e até mesmo do Governo do Estado. Mas o meu braço forte sempre foi e sempre será o apoio do povo. Pois não sou Doutora nem Pós-graduada, tudo que aprendi e realizei foi com o povo, e é para ele que dedico o meu trabalho.
Esse projeto que venho conduzindo até os dias de hoje é uma obra social a ser eternizada. Não vou permitir que a minha história e a minha luta, banhada pelo suor de tantos rostos solidários, venham a serem apagadas. Pois enquanto estiver forças, o apoio do povo e Deus me iluminando, lutarei para manter esse projeto vivo, a serviço da população necessitada.
Peço, portanto, o apoio de todos e todas.
Muito Obrigada.
Maria do Carmo Siqueira.
Presidenta da AHPIC
A AHPIC firmou um contrato de locação disponibilizando o equipamento para ser administrado pela AMA – Associação de Mulheres Ativas
< Anterior | Próximo > |
---|