Greve mantida em Camaçari após resposta frustrante dos gestores
"Agora durma com um barulho desses e diga que passou a noite bem". Charadas à parte, por mais que tentemos, afora o episódio da movimentação para "regularização" dos logradouros, não encontramos na gestão do prefeito Elinaldo Araújo (DEM), sobretudo no que diz respeito ao respeito para com o funcionalismo público municipal, um motivo sequer que "nos" leve a celebrar e que nesse motivo haja qualquer centelha de consistência e verdade apesar das afirmativas do governo sobre que vem "trabalhando muito pelo povo".
Em greve desde o final de dezembro por melhores condições de trabalho e correção de seus salários, defasados desde 2015, a classe médica municipal, depois de promessas da gestão e até da interferência do bispo Dom João Carlos Petrini, para que a prefeitura revisse o pleito da classe, o que chamou de "justo", durante uma reunião no último dia 18, onde esteve também o secretário de Saúde, Elias Natan, resolveu pela manutenção do movimento depois de ver frustrada a promessa de que uma contraproposta seria apresentada pelo governo à categoria no último dia 25.
No site do sindicato dos médicos uma publicação dá conta de que "na pratica a carta de Dom Petrini foi rasgada pela prefeitura". Isto por que, ainda conforme a publicação, no dia prometido para apresentação da contraproposta o secretário Elias Natan, que também é médico, no ofício que encaminhou ao Sindimed, apresenta mais "um desfile de justificativas para negar todos os pleitos dos médicos, quase uma peça de propaganda política das realizações que alegam ter feito o governo" do que a efetiva contraproposta prometida, o que levou a classe a, decepcionada, decidir pela continuação da greve.
A decisão dos médicos, isto pelo teor do documento apresentado pelo secretário de Saúde, que conforme a nota o governo não admite "a incorporação da produtividade e ainda anunciam a instalação de relógios de ponto, reforçando a concepção equivocada deles em que a saúde do povo deve ser tratada como mercadoria e o serviço médico como linha de montagem", o que pelo que se conclui na publicação do portal do Sindimed, claramente deve ter levado a quem leu entender que para a prefeitura é mais importante uma calçada nova, ainda que pés não a possam pisar devido a sua "pereba" velha.
A atitude da prefeitura no entanto, se considerado o tratamento do governo dispensado aos servidores, entre eles os professores, trazidos a retornar ao trabalho praticamente debaixo de chicote, em setembro passado, não deveria ter surpreendido os médicos, antes a classe já deveria saber o que esperar, ou melhor, o que não esperar.
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