Uma tentativa de estelionato foi feita usando o perfil no Instagram da pastora e cantora gospel Sara Mariano, morta em outubro de 2023. O companheiro da cantora, Ederlan Mariano, está preso por suposto envolvimento com o assassinato.
O golpe, segundo o advogado que representa a família de Sara, foi descoberto pela mãe da cantora após visualizar um post publicado nos stories, na segunda-feira (17), com a seguinte mensagem.
"Não é do meu costume, mas hoje vou indicar o trabalho de uma amiga CEO da plataforma de investimento, fiz o investimento com ela hoje, tive meu retorno em questão de minutos, além de que ela garante que não há chances de perda no investimento. Irei marcar ela caso tenham interesse".
Havia ainda a imagem de um suposto comprovante de transferência feito via Pix no valor de R$ 11 mil, que teria sido recebido por Sara. Atualmente, o perfil da cantora conta com 163 mil seguidores. Ainda segundo a defesa da família, a postagem foi apagada após uma irmã de Sara se manifestar na publicação. Na manhã desta terça-feira (18), porém, novas mensagens anunciando a venda de eletrodomésticos foram feitas no perfil.
Segundo o advogado Rogério Matos, serão tomadas medidas jurídicas e administrativas. Em entrevista ao CORREIO, ele disse que será registrado um Boletim de Ocorrência na Delegacia de Crimes Virtuais para apurar a conduta de quem permitiu que essas publicações fossem feitas. Ele detalha que a família de Sara Mariano nunca teve acesso às senhas das contas da pastora. "Vamos apurar se isso foi fruto de uma ação de hackers ou de terceiros", disse.
Além disso, o advogado também pretende encaminhar à Meta, empresa responsável pelo Instagram, o atestado de óbito da cantora para que a conta fique inativa e com o status "em memória". Dessa forma, não será possível realizar novas publicações no perfil e ele passará a existir apenas como registro histórico.
Andamento do processo
Sobre o andamento do processo, o advogado contou que foi finalizada a fase de instrução e agora o mesmo se encontra nas alegações finais. Segundo ele, a acusação deve pedir que os acusados sejam levados a juri popular, uma que há uma série de indícios de prova que sustentam o pedido.
Relembre o caso
A cantora gospel e pastora Sara Mariano desapareceu no dia 24 de outubro de 2023, após sair de casa, no bairro de Valéria, em Salvador, para um evento religioso que ocorreria em Dias D'Ávila. Na ocasião, o próprio marido dela, Ederlan Mariano, denunciou o desaparecimento.
Ederlan informou na ocasião que Sara tinha costume de participar de vários eventos religiosos e um carro foi buscá-la para levá-la até o encontro do qual ela participaria. Mais tarde, ele tentou falar com a esposa e não conseguiu. Ele chegou a dizer que não tinha mais detalhes sobre se ela chegou a partir do evento.
Ederlan chegou a ir até o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) para prestar queixa. O corpo de Sara Mariano foi encontrado carbonizado às margens da BA-093, na altura de Dias D’Ávila, no dia 27 de outubro. O marido reconheceu os restos mortais da vítima.
Como o corpo estava carbonizado e irreconhecível, a suposta identificação só foi possível inicialmente graças aos objetos encontrados ao lado da vítima, apontados como de Sara. No mesmo dia, Ederlan foi preso. Inicialmente, foi divulgado que ele confessou o crime, mas a defesa nega. Ele alega ser inocente.
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