Ao todo, foram 2.575 resgates no Brasil em 2022
Com 2.575 trabalhadores em situação análoga à escravidão resgatados no Brasil em 2022, a Bahia possui 82 desses números, vendo a natureza dos casos mudar de uma realidade mais rural para urbana.
Segundo órgãos como o Ministério Público do Trabalho (MPT) e o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a maioria dos casos no estado chega aos grandes centros por causa da precarização do trabalho, dos índices sociais e de maior quantidade de denúncias.
“O setor rural sempre apresentou um maior número de resgates, mas temos também a construção civil, a produção de carvão e a colheita de sisal aqui na Bahia”, afirma Carolina Ribeiro, procuradora do MPT e vice-coordenadora de combate ao trabalho escravo e tráfico de pessoas na Bahia. Na última quinta-feira, cinco trabalhadores foram resgatados em um galpão de carvoaria no bairro de Cassange, na capital baiana.
“Não é qualquer irregularidade que vai configurar como crime. As situações precárias são, entre outras, alojamentos com falta de higiene, o não fornecimento de água potável, o fornecimento de alimentação estragada, impossibilidade de locomoção por razão de dívida”, pontua Carolina.
“A partir da flexibilização da lei trabalhista, em que está o esteio jurídico da super exploração, com a flexibilização da CLT e a lei da terceirização que permite terceirizar tudo, começou a aparecer casos de trabalhos análogos à escravidão na construção civil, na indústria e no trabalho doméstico”, analisa o auditor fiscal do MTE, Mário Diniz.
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