Deputado federal Pastor Sargento Isidoro na Fundação Dr. Jesus - Foto: Reprodução
Saiu pela culatra o tiro que o Fantástico tentou dar, com a matéria veiculada na noite desse domingo, 19, que trazia supostas denúncias de racionamento de comida, maus trato contra internos, violência física, discriminação sexual, imposição de doutrina religiosa, desprezo à ciência médica, entre outros, contra a “Fundação Dr Jesus”, entidade fundada e presidida pelo deputado federal Pastor Sargento Isidoro (Avante).
Claramente com vistas à florear a pauta, a matéria trazia outras duas entidades do mesmo segmento e supostamente sujeitas às mesmas denúncias, uma delas de Minas Gerais, mas a manobra não foi bastante para esconder o viés político da iniciativa, uma vez que trata-se Isidoro, o deputado federal mais votado da Bahia nas últimas eleições, de um aliado do governador Rui Costa (PT), que pretende fazer seu partidário Jerônimo Rodrigues seu sucessor, e que tem como principal adversário o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, que não por acaso é dono da TV Bahia que por sua vez é afiliada da Tevê Globo.
Mas pelo que se viu, conforme vídeo exibido na página da Fundação, o tiro não só deve ter resvalado na cara de quem tentou atirar, como também, pela reação dos “alunos” da entidade, imediatamente à exibição do programa, a iniciativa projetou ainda mais o conceito de Isidoro junto à opinião pública e à familiares dos supostos “torturados”, que é como o deputado ironizou as acusações de que a instituição privava de comida e agredia direitos dos “internos” da entidade, que aliás, não somente não conta com muro algum, como também fica ás margens da BR 324, e tem um ponto de ônibus bem na frente da Fundação.
Durante a matéria, profissionais contratados pelo programa, como psicólogos e assistentes sociais, expressaram opiniões a respeitos dos supostos maus-tratos. O que gerou comentários dos mais diversos, alguns expressando indignação tanto contra quanto a favor do pastor Isidoro, porém nenhum versando que se trata ele dum militar aposentado, mas ainda um militar, e que como todo bom militar, onde ele estiver regras são observadas, e que tratar sem regra mil homens e mulheres, dependentes de álcool e entorpecentes, seria o mesmo que sentar sobre um barril de pólvora com um cigarro acesso entre os dedos.
A Fundação Dr Jesus existe há 30 anos. Logo não se trata de algo que esteja tentando “dar certo”, como nem isso propõe a matéria desse domingo da Rede Globo de Televisão. E sim, são reais as imagens do pastor Isidoro com facão e cassetetes nas mãos, instrumentos que batiza “de conselheiros” do lugar, numa clara encenação, e apenas encenação, enquanto pontua aos que estejam chegando naquele dia, que a casa tem regras. Regras que, à parte da casa dos hipócritas, até nos quartéis militares, se não cumpridas a punição é certa. E lá não?
Veja o vídeo
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