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Bahia

Um a um, os representantes das 16 empresas saíam ontem à tarde pelo portão 3 do Centro de Convenções da Bahia (CCB). A visita técnica, 25 dias depois do desmoronamento que botou abaixo dois pavimentos do prédio, foi o primeiro passo para definir com quem ficará a responsabilidade de “limpar” a área de 9 mil metros quadrados que entrou em colapso na noite do dia 23 de setembro, deixando três pessoas feridas.

A empresa que vencer a licitação vai desmontar as estruturas metálicas e demolir as de concreto. Uma operação cara, complicada e “de altíssimo risco”, conforme os engenheiros e diretores das próprias construtoras. “Antes de tudo, será preciso elaborar um mapa de segurança. Somente depois um plano de desmontagem. É um trabalho de altíssimo risco”, adiantou Mário César Policarpo, diretor da JO.X Montagem e Desmontagem, empresa paulista com 20 anos de mercado.

“Bastante complicado, viu? Uma estrutura diferente, suspensa. Vai ser necessário muita técnica”, destacou Edson Magalhães, representante da construtora Magalhães Júnior. Os custos do desmonte, por motivos óbvios, não foram estimados. Mas... “Não é barato, não. É caro”, garantiu ele.

“É mesmo uma operação muito difícil. Será necessário cuidado com a segurança e maquinário pesado”, confirmou o engenheiro civil Carlos Emílio Strauch, autor do projeto estrutural do CCB, e que acompanhou a vistoria de ontem junto com representantes da Superintendência de Patrimônio do Estado (Supat), Corpo de Bombeiros e Defesa Civil do Estado.

A imprensa não pôde acompanhar a visita. Em nota, a Secretaria de Comunicação (Secom) disse que os engenheiros e técnicos das empresas visitaram as áreas consideradas seguras e conheceram locais estratégicos, como a entrada de veículos pesados. Eles obtiveram ainda detalhes sobre a estrutura e, ao final da visita, receberam um termo de referência e documentação com a planta do imóvel e informações de projeto.

Propostas
As 16 empresas têm até quarta-feira para apresentar suas propostas, no prédio da Governadoria, no CAB. A abertura da licitação foi publicada sexta-feira no Diário Oficial do Estado. “Agora, uma comissão vai julgar os projetos e cotações. Uma empresa será escolhida para fazer o serviço”, explicou Strauch.

Segundo o governo, a operação de retirada dos escombros será realizada em duas etapas: a primeira dará acesso à perícia, orientada pelo Corpo de Bombeiros e Polícia Técnica para fornecer informações que permitam determinar as causas do acidente.

A segunda delas é a retirada dos materiais e das estruturas que foram comprometidas. “Para fazer essa perícia é absolutamente necessária uma intervenção prévia, controlada, de retirada de elementos que possam causar riscos para os trabalhadores e técnicos”, disse o secretário da Casa Civil do Estado, Bruno Dauster.

Parcial
A licitação em caráter emergencial prevê a contratação para o desmonte e demolição apenas parcial da estrutura. Somente a estrutura de concreto e metal que ruiu, e que estariam em uma área de 9 mil m², deverá ser retirada do local. Ficarão de pé o 3º e 4º andares do pavilhão principal, além de todo o pavilhão de feiras, prédio logo ao lado.

O desmonte e demolição do restante da estrutura deve ocorrer depois de outro processo licitatório ainda sem prazo, o que foi criticado por uma das empresas que vão participar dessa primeira disputa. “O correto seria desmontar tudo de uma vez. Pela experiência que tenho, acho complicado dividir esse trabalho. É correr outro risco”.

A própria decisão de desmontar e demolir todo o CCB foi considerada precipitada pelo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea), que abriu um processo administrativo e montou uma comissão para estudar o caso. O porquê de o governo ter tomado a decisão de desmontar o CCB sem uma análise apurada é apenas uma das perguntas sem resposta. Também não se sabe, por exemplo, qual destinação terá o local, onde será o próximo centro e quanto vai custar todo esse prejuízo.

Mais de R$ 100 mi
Ontem, a coluna Farol Econômico, do CORREIO, publicou trechos da carta aberta publicada pelo departamento baiano do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB) que vê com “estranheza” a decisão do governo de “desmanchar” o CCB.

“A decisão de desmonte das estruturas do equipamento público nos parece precipitada e pode custar muito caro à sociedade baiana”, diz a carta, que estima a operação em R$ 110 milhões. E afirma ainda que o equipamento não teria recebido a devida manutenção nos últimos anos, “o que gerou prejuízos ao seu funcionamento” e encurtou a vida útil do Centro de Convenções.

 

 

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