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Bahia

“Querendo ou não vai ter gorda na praia e gorda de biquíni”. “Quem diz a medida sou eu”. “Amo minhas curvas”. Essas foram as frases utilizadas pelas participantes da primeira edição do Vai ter Gorda na Praia. Organizado pelo grupo Curvas - Movimento das Gordinhas, o encontro foi realizado ontem, na praia da Barra.

Em frente ao Farol, elas se reuniram e, munidas com cartazes com os mesmos dizeres, começaram a se despir e ficar apenas de biquíni. Famílias, jovens e adultos acompanharam a ação, aplaudindo e gritando junto.

“Quando a gente vai numa loja, já falam que não tem a numeração. Eu gosto de usar minhas roupinhas da moda e muita gente acha que gordo não tem estilo. A partir de hoje, eu vou me entrosar com pessoas que me aceitam, porque eu mesma não me aceitava”, disse a dona de casa Joana Angélica Mendes, que participou do evento pela primeira vez.

O Vai ter Gorda na Praia começou em São Paulo, em 2012, liderado pela modelo plus size e produtora Helena Custodio. Ela desenvolve atividades de valorização e autoestima para a mulher gorda e inspirou a ação de ontem, na capital baiana.

A administradora e também modelo plus size Adriana Santos não aceita imposições. “Temos que trabalhar as políticas públicas de forma que atendam toda a diversidade. Eu, por exemplo, tenho dificuldade de passar na catraca dos ônibus. A gente não precisa se moldar à sociedade. O movimento é justamente para resgatar a autoestima, porque nós podemos ir aonde quisermos e sem vergonha”, afirmou ela, que é umas das organizadoras.

As mulheres foram à praia do Farol, seguidas por batidas percussivas e olhares de curiosos. “Nossa causa há anos vem se mostrando. Por que a gente não tem que se esconder, né? Não temos que corresponder a padrão de beleza nenhum. Nosso padrão é nosso e pronto”, disse Núbia Lima, que participa de encontros sobre as questões da gordofobia há três anos.

A professora de educação física Elma Souza Cruz é defensora da causa GG e realiza várias atividades de empoderamento da mulher negra e gorda através de dança, desfiles e encontros.

“Eu tinha um corpo maravilhoso. Depois que eu casei, engordei. Meu marido tinha vergonha de mim. Fiz redução do estômago e fiquei horrorosa. Mas desde quando eu tinha 137 quilos, eu sempre vesti biquíni e short. Mas negro e gordo não é visto. Pensei: vou começar, porque sou negra, bonita e vou ajudar o grupo a se sentir bem”. Elma tem mais planos: lutar para que o carnaval do ano que vem tenha uma rainha gorda. “Se tem o Rei Momo, por que não uma rainha gorda?”, questionou.

 

 

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