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Política

O Pastor Oliver Costa (foto) começa citando Mateus 25:34-40, passagem bíblica que fala sobre alimentar os famintos, vestir os nus e acolher os estrangeiros. Para ele, essa passagem oferece um 'modelo de políticas públicas' que deveriam ser defendidas por cristãos.  Foto: DivulgaçãoO Pastor Oliver Costa (foto) começa citando Mateus 25:34-40, passagem bíblica que fala sobre alimentar os famintos, vestir os nus e acolher os estrangeiros. Para ele, essa passagem oferece um 'modelo de políticas públicas' que deveriam ser defendidas por cristãos. Foto: Divulgação

Nos últimos anos, o cenário político brasileiro tem se tornado cada vez mais polarizado, levando a um acirramento de discursos e posicionamentos entre direita e esquerda. Um dos temas centrais nessa disputa é a religião, especialmente a cristã, que desempenha um papel significativo na sociedade brasileira. Entretanto, ao contrário do que muitos acreditam, é a esquerda que mais se alinha aos valores cristãos fundamentais, como a compaixão, o cuidado com os mais vulneráveis e a inclusão social.

Em uma série de vídeos lançados pela Fundação Perseu Abramo, oito membros do Partido dos Trabalhadores (PT) que também são cristãos evangélicos compartilharam suas experiências, discutindo como é possível conciliar a fé evangélica com os ideais da esquerda. Um dos depoimentos mais contundentes é o do Pastor Oliver Costa, da Igreja Batista da Lagoa, em Maricá (RJ). Ele explica que, para ele, as políticas públicas defendidas pela esquerda estão mais alinhadas aos ensinamentos de Cristo, como o cuidado com os pobres e oprimidos do que os ideais defendidos pela direita.

O Pastor começa citando Mateus 25:34-40, passagem bíblica que fala sobre alimentar os famintos, vestir os nus e acolher os estrangeiros. Para ele, essa passagem oferece um 'modelo de políticas públicas' que deveriam ser defendidas por cristãos. "Pare e pense: quem defende dar comida pros pobres? Tive sede, me deste de beber. Fui estrangeiro e me acolheram. Quem defende o direito dos imigrantes?", questiona o Pastor, destacando que essas ações são bandeiras da esquerda, enquanto a direita brasileira as rechaça.

Oliver também toca em temas delicados, como os direitos humanos e a política de armamento, amplamente defendida pela direita. “Quem defende o direito dos presos? Direitos humanos não é defender bandido, é defender o ser humano”, afirmou, alertando para o perigo de demonizar aqueles que defendem essas pautas. Ele ainda provoca: "Cristão que defende armas precisa de oração e de conversão".

O pastor reforça que, para um cristão, as pautas da esquerda, como a inclusão social e a luta pelos direitos das minorias, estão mais alinhadas com o Evangelho do que as ideias neoliberais defendidas pela direita. Segundo ele, "a esquerda é mais cristã nesse sentido porque a pauta dela é uma pauta da misericórdia, da compaixão, da inclusão do outro".

Outro ponto levantado por Oliver é o ataque sistemático ao trabalho de religiosos como o Padre Júlio Lancelotti, conhecido por sua atuação junto à população em situação de rua. "Lembra do Padre Júlio Lancelotti? O que ele faz pelos pobres. Olha quem defende a roupa e a comida pros pobres", afirmou o Pastor, fazendo alusão às críticas que o padre tem sofrido, muitas vezes vindas de setores que pregam a meritocracia e criminalizam os pobres.

Em um momento de seu discurso, Oliver aborda diretamente a questão do posicionamento de Jesus. "Não vou afirmar que Jesus era de esquerda, mas o posicionamento dele sempre foi a favor dos desvalidos, dos marginalizados. Quem Jesus acolheu? Foi quem estava à margem da sociedade", reforçou. Ele complementa, afirmando que "reclamar de posturas adotadas pelas pessoas de esquerda é reclamar de Jesus, que foi quem deixou esse modelo". Para o pastor, é esse exemplo que deve inspirar os cristãos a buscarem justiça social e a inclusão dos mais necessitados.

Oliver ainda comentou a questão da separação entre igreja e estado, enfatizando a necessidade de diálogo entre política e religião, mas com respeito às diferenças. Ele exemplifica como o cristianismo já influencia a sociedade brasileira, citando leis que refletem valores cristãos, como a proibição da bigamia. "Nós temos um ordenamento jurídico que já é influenciado pelo cristianismo, e eu acho muito bom, com tanto que a gente respeite, é claro, aqueles que veem a vida de forma diferente da nossa."

Na conclusão de seu depoimento, o Pastor reafirma sua fé nos valores de inclusão, compaixão e justiça social. Ele convoca os cristãos a refletirem sobre em que lado estão, comparando as atitudes políticas atuais com os ensinamentos de Jesus. "Se você comunga desses mesmos valores, você tá do lado certo da história, você tá do lado de Jesus", finaliza.

E você, evangélico, de que lado está, de Cristo ou do Homem?

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