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Meio Ambiente

No governo anterior, aves sofreram maus tratos, foram expostas a situações bizarras e duas delas morreram por alimentação inadequada. Foto: Ricardo Stukcert - ReproduçãoNo governo anterior, aves sofreram maus tratos, foram expostas a situações bizarras e duas delas morreram por alimentação inadequada. Foto: Ricardo Stukcert - Reprodução

A primeira-dama Janja Lula da Silva e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciaram, nesta sexta-feira (6), os novos moradores do Palácio da Alvorada: 12 filhotes de emas que nasceram. A residência oficial do chefe de Estado brasileiro conta com a presença das aves desde a década de 1960.

"A sexta-feira começou com novas moradoras aqui no Alvorada! Doze filhotinhos de ema nasceram e, nos próximos dias, vão ganhar uma área especial pra crescerem bem e saudáveis. Hoje de manhã elas comeram couve e passearam pelo jardim, já estão se sentindo em casa. Sejam bem-vindas!", escreveu Janja ao divulgar um vídeo em que aparece alimentando as aves.

Já o presidente Lula, ao compartilhar com a população o nascimento das emas, alfinetou o ex-presidente Jair Bolsonaro, que já expôs as aves a situações bizarras, como quando mostrou a uma delas uma caixa de cloroquina, medicamento ineficaz contra a Covid-19 que o ex-mandatário defendia para tratar a doença, e é acusado de ter submetido emas da Granja do Torto a maus-tratos.

"Olhem as eminhas que nasceram aqui no Alvorada. Elas vão crescer livres e sem o risco de serem ameaçadas com cloroquina", escreveu Lula.

Bolsonaro, cloroquina e emas mortas

Em fevereiro deste ano, mais um escândalo sobre o período em que Jair Bolsonaro e sua esposa Michelle ocuparam as residências oficiais da presidência em Brasília, entre as inúmeras acusações que surgiram nos últimos dias, veio à tona. A gestão do ex-presidente teria levado duas emas que estavam na Granja do Torto à morte.

Bolsonaro e Michelle já foram acusados de suposto extravio de móveis e até mesmo de comida da Palácio da Alvorada, rachadinha, morte de peixes do espelho d'água, cenas de surto e violência e, agora, maus-tratos com as emas.

O governo Lula informou que, ao ocupar o Palácio da Alvorada e Granja do Torto no início deste ano, constatou que as emas estavam sendo alimentadas com restos de comida humana, pois o governo Bolsonaro havia cortado recursos para a compra de ração.

Relatório do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Casa Civil aponta que as aves estavam sem acompanhamento veterinário e vivendo em instalações inadequadas. Além disso, o documento dá conta de que os animais estavam sendo alimentados com ração misturada à arroz e milho, como forma de economizar, já que a gestão Bolsonaro utilizou apenas um terço do orçamento anual destinado à manutenção dos animais. Isso levou duas emas a morrerem por excesso de gordura visceral, abdominal e no fígado.

Diante do cenário, o governo Lula decidiu transferir parte das emas e outros animais (4 papagaios; 3 araras canindé; 2 pavões; 1 periquito-de-encontro-amarelo e 1 pássaro-preto) para o Jardim Zoológico de Brasília. No local, os bichos terão acompanhamento veterinário adequado.

Entre outras medidas, o governo Lula informou que vai ajustar a alimentação, contratar responsáveis técnicos para acompanhamento constante dos animais, ajustar as instalações, atualizar vacinas e adotar outros cuidados para que eles se reproduzam com segurança.

Bolsonaro já havia feito as emas virarem notícia em julho de 2020, época em que o Brasil vivia um dos momentos mais críticos da pandemia do coronavírus. O ex-mandatário foi visto exibindo caixas de cloroquina, medicamento ineficaz contra a Covid-19, para as emas. A cena surreal, à época, viralizou. No mesmo mês, o ex-presidente foi bicado por um dos animais.

Já em janeiro de 2022, para justificar o aumento exponencial nos gastos do cartão corporativo da presidência que estavam sendo repercutidos pela imprensa, Bolsonaro, em conversa com apoiadores, colocou novamente as aves em evidência.

“Cartão corporativo paga a alimentação das emas, tá, pessoal? “Pessoal fala: ‘Ah, gastou tanto’. Eu tenho 50 emas aí, galinheiro, pato, peixe, quatro cães. Uns 200 almoçam, jantam e tomam café aí, por dia”, declarou na ocasião.

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