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São 15 dias de monitoramento da Polícia Federal sobre a relação. Documentos da PF dão conta de que Moro articulava ações como grampos e investigações combinada com réu. Foto: DivulgaçãoSão 15 dias de monitoramento da Polícia Federal sobre a relação. Documentos da PF dão conta de que Moro articulava ações como grampos e investigações combinada com réu. Foto: Divulgação

A Polícia Federal (PF) divulgou documentos que revelam que o senador Sergio Moro, ex-juiz da Lava Jato e ex-ministro bolsonarista, tratou com o empresário Tony Garcia sobre grampo contra outros juízes, desembargadores e ministros. O documento, obtido pela GloboNews, revela um conluio do ex-magistrado com Garcia, que era réu e havia assinado acordo de delação premiada.

São 15 dias de monitoramento da PF sobre a relação. Em uma terça-feira, 5 de abril de 2005, “Garcia conversou com moro por uma hora por telefone. Trataram de interrogatório em dia anterior sobre o indiciamento de outra pessoa. Então, Garcia falou sobre a condução de inquérito pelo delegado que estaria indiciando ‘bagrinhos’, deixando principais de fora”, afirma o documento obtido pela jornalista Daniela Lima. “Veja a conversa de um réu com um juiz questionando um delegado”, disse a jornalista.

Garcia foi condenado a devolver valores e a seis anos de reclusão. Moro, então, modificou sua pena para apenas seis meses de serviços comunitários. Ao que os fatos indicam, Moro trocava informações com o réu e tentava até mesmo grampear autoridades para direcionar processos de acordo com sua vontade. A postura do atual senador, repetida na Lava Jato, é de evidente ação política parcial. Então, agindo para beneficiar amigos e condenar adversários que não concordavam com suas ações ou com o modus operandi da extrema direita.
Repercussões

A parcialidade de Moro e sua atuação questionável em diferentes esferas do poder levaram a inúmeras críticas. Entre elas, o deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP), sentenciou: “ex-ministro e em breve ex-senador”, disse. Existe uma expectativa de que, por seus atos, Moro tenha seu mandato como senador cassado.

O senador Humberto Costa (PT-CE) é um dos defensores de que a Justiça averigue os fatos com cautela e rigidez. “GRAVE! Documentos escancaram crimes do ex-juiz Sérgio Moro. Diálogo entre Moro e o então réu Tony Garcia confirmam que Moro tentou investigar ilegalmente desembargadores, juízes e ministros do STJ”, disse.

Então, o influente deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) também destacou que “a casa caiu”. “Sérgio Moro usou um réu para grampear juízes,desembargadores e até ministros do STJ. Esse senhor se achava acima da lei, é a fraude processual em pessoa. O dia de pagar pelos desmandos está chegando”, disse.

O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), Paulo Pimenta, também comentou o caso. “Globo News revelou a transcrição de uma conversa entre o ex-juiz Sergio Moro e seu réu, Tony Garcia. O documento escancara que Moro usou Tony como instrumento para grampear ilegalmente outros juízes, desembargadores e ministros do STJ. Parece que o ex-juiz tem vasta experiência em crimes. Que seja investigado e punido por todos”.

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