Após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ler seu voto acachapante condenando o golpista Aécio Lúcio Costa Pereira, ex-funcionário da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), a 17 anos de reclusão e multa milionária por ter participado ativamente da intentona de 8 de janeiro, quando as sedes dos Três Poderes da República foram invadidas e destruídas em Brasília, o ministro bolsonarista Kassio Nunes Marques, que regularmente vota de forma ‘ideológica’ (alinhado à extrema direita) e obtusa, usou de um raciocínio inacreditável para refutar a tese apresentada pelo carinhosamente chamado ‘Xandão’.
Para Kassio, o fato de os atos não terem tido a ‘possibilidade real’ de derrubar a democracia brasileira seria o suficiente para concluir que aqueles invasores criminosos e que desejavam um golpe de Estado não estavam, de fato, tentando um golpe de Estado. Por analogia, seria como dizer que um assaltante de banco que tentou roubar o estabelecimento financeiro com uma faca de plástico não tentou, de fato, roubar o banco.
“É preciso que a conduta tenha ao menos o potencial de atingir o plano concreto o resultado pretendido, ainda que não venha a ocorrer. Os atos não tiveram o alcance de abolir o Estado de Direito. O mesmo princípio foi usado pelo magistrado para rejeitar a condenação por associação criminosa e golpe de Estado. A acusação não logrou reunir na instrução do feito elementos de prova suficientes de que o réu preso no Congresso Nacional esteve associado de forma organizada e estável com fim específico de praticar uma série de crimes indeterminados”, disse Kassio em seu voto absurdo usando um argumento pífio.
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