Rascunho contestando eleição foi encontrado na casa de ex-ministro de Bolsonaro
O ministro Gilmar Mendes, decano do STF (Supremo Tribunal Federal), declarou que a minuta encontrada pela Polícia Federal durante a busca e apreensão na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres "terá que ser esclarecida" e revela falta de 'boa intenção' do último governo.
"Sem dúvida nenhuma, esse documento suscita uma série de indagações. E não é revelador de boa intenção em relação à preservação dos parâmetros da democracia. O mais, terá que ser esclarecido. Certamente o ex-ministro terá oportunidade de proceder a esse esclarecimento, e as investigações hão de prosseguir para que tudo seja trazido a limpo, e que a gente possa ter segurança na preservação da democracia no país", disse o ministro, em entrevista ao Jornal da Globo.
O objetivo da minuta era reverter o resultado da eleição, em que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu vencedor, violando a Constituição. O documento foi encontrado pela Polícia Federal (PF) na residência de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça.
A minuta estava no armário do ex-ministro, que teve prisão decretada por suspeita de facilitar, no dia 8, as invasões dos prédios do STF (Supremo Tribunal Federal), Congresso Nacional e Palácio do Planalto.
O material tem indicação de ter sido feito após a realização das eleições e teria objetivo de apurar abuso de poder, suspeição e medidas ilegais adotadas pela presidência do TSE antes, durante e depois do processo. A PF vai investigar as circunstâncias de elaboração da proposta.
Anderson Torres afirmou em rede social que o documento encontrado pela Polícia Federal em sua casa "foi vazado fora de contexto". Segundo Torres, "tudo seria levado para ser triturado oportunamente no MJSP (Ministério da Justiça e Segurança Pública). O citado documento foi apanhado quando eu não estava lá e vazado fora de contexto, ajudando a alimentar narrativas falaciosas contra mim."
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