Candidato a prefeito de Camaçari, Luiz Caetano ao lado do Presidente Lula e do governador Jerônimo Rodrigues (Foto: Divulgação)
Em um comício marcado por emoção e fortes declarações, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um apelo ao povo de Camaçari nesta terça-feira (17): como presente de aniversário, ele pediu a eleição de Luiz Caetano (PT) à prefeitura da cidade. Lula, que faz aniversário no mesmo dia do segundo turno das eleições, deixou claro que sua comemoração ideal seria a vitória de seu aliado no próximo turno.
“Dia 27 eu tô completando 79 anos de idade e eu queria de presente a eleição do companheiro Caetano prefeito de Camaçari e da companheira Dea vice-prefeita, para que a gente possa revolucionar a vida de vocês aqui nessa cidade”, disse Lula, arrancando aplausos e gritos de apoio da multidão. "Não precisa comprar vela nem comprar bolo, é só ir lá e digitar 13, e a gente vai trazer de volta aquele que foi o melhor prefeito da história de Camaçari", completou o presidente, referindo-se ao legado de Caetano como gestor da cidade.
Uma história de luta e identificação com o povo
O discurso de Lula foi permeado por memórias de sua própria trajetória, reforçando sua identificação com a classe trabalhadora e a população mais vulnerável. Ao falar para a multidão de dezenas de milhares de pessoas que acompanhava o comício, Lula fez questão de lembrar que ele, mais do que qualquer outro, entende as dificuldades enfrentadas pelos mais pobres, porque já viveu essa realidade.
Em um discurso emocionado, Lula relembrou as dificuldades que ele mesmo viveu, antes de se tornar o presidente do país. "Eu já morei em casa que encheu um metro e meio de água. Eu sei o que é a gente levantar de madrugada pra abrir a porta pra sair os ratos e as baratas nadando, e as fezes saindo do vaso sanitário. Eu sei o que é ficar desempregado. Eu sei o que é procurar emprego sem profissão e ninguém sequer atender a gente. Eu sei o que é levantar de manhã e ver a mãe na beira do fogão sem ter um bocado de feijão com água pra colocar no fogo. Eu sei que é trabalhar em uma fábrica e levar a marmita sem nenhuma mistura, porque nem um ovo tinha.", contou o presidente, entre lágrimas.
Lula também relembrou os desafios ao assumir a presidência pela primeira vez. Ele compartilhou que, vindo de uma trajetória de pobre, operário e sem diploma universitário, sentia uma grande responsabilidade em governar o Brasil, justamente por representar milhões de trabalhadores e trabalhadoras que, como ele, conheciam a dureza da vida. "Eu deitava na cama à noite e ficava olhando pro teto pensando: será que eu vou dar conta de governar esse país? Mas eu falei: eu não posso errar. Porque eu não sou eu, eu sou vocês, com a experiência de vocês, com a garra de vocês", afirmou, destacando a importância de sua gestão para a educação e o desenvolvimento do país.
Camaçari no centro das atenções
Com sua experiência de vida e seu compromisso com a classe trabalhadora, Lula garantiu que Camaçari terá um lugar especial em sua gestão federal, caso Caetano seja eleito prefeito. Ele destacou que o governo federal estará “de portas abertas para a cidade” e que deseja fazer parcerias com a nova gestão municipal.
"Vocês podem ter certeza, se esse companheiro for eleito, Camaçari vai receber o que merece, porque eu quero fazer parcerias e não precisa ir a Brasília bater na porta, porque a porta estará aberta para Camaçari", prometeu Lula. Ele também elogiou o carinho com que foi recebido na cidade, afirmando que se sentia em casa em meio ao povo de Camaçari.
Jesus e a luta pelos pobres
Em um dos momentos mais marcantes de seu discurso, Lula fez uma associação entre sua luta pelos mais pobres e a mensagem de Jesus Cristo. Ele não hesitou em afirmar que a esquerda brasileira, assim como Jesus, sempre esteve ao lado dos mais necessitados.
"A gente não tem medo de dizer que é de esquerda, porque ninguém foi mais de esquerda do que Jesus Cristo. Ninguém brigou mais pelos pobres do que Jesus Cristo", disse Lula. Ele lembrou que a luta de Cristo pelos desvalidos da sociedade foi o que levou os ricos da época a condená-lo à crucificação. "Foi exatamente por brigar pelos pobres, por cuidar dos doentes, por atender os mais necessitados, que os ricos da época mandaram crucificar Jesus Cristo", reforçou.
Lula concluiu o discurso com uma crítica direta aos mais abastados, afirmando que os ricos só lembram dos pobres em época de eleição, com promessas vazias que se esvaem logo após o pleito. "Em época de eleição é beijinho-beijinho, depois das eleições é tchau-tchau para o povo pobre desse país", afirmou o presidente, deixando clara sua convicção de que apenas alguém com as credenciais de Caetano poderia liderar Camaçari rumo a um futuro mais justo.
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