Pode parecer exagero, mas os fatos desenham um Brasil em semianomia. Explicando melhor, não é que haja vácuo de poder absoluto, desordem plena, como previsto, a rigor, na compreensão sociológica do termo. Mas, a disputa radicalizada pelo controle do Estado, potencializada pela crise econômica e sanitária, pela excessiva judicialização da política e politização do Judiciário, tem causado muita instabilidade institucional, choque de autoridade, quebra de hierarquia, abusos, mando e desmando. A sociedade fica sem saber em quem acreditar e seguir.