2016! Não estamos mais em 2015, não mesmo. Mas a epodemia esquizofrênico-tecnológica que assolou ano passado virou com força o ano novo e promete dar muitos frutos nos próximos 12 meses. Sim, falamos deste surto de imbecilidade narcisista que tomou conta de muita gente na Internet. O aparecer tomou o lugar do ter e, sobretudo, do ser. Prova disso foi a polêmica que ganhou o noticiário da semana: o esporro que a cantora Ivete Sangalo deu no marido, que estaria de conversinha com uma 'loira', tudo isso 'ao vivo', durante um show da musa do axé numa festa de réveillon em Guarajuba.
Para pessoas 'normais', a vergonha, o constrangimento por ter sido exposto ou exposta em público seria o sentimento de primeira hora. Não para a tal loira que conversava com o marido de Ivete. 'Supostamente' a loira, como esquivaram-se os colegas noticiadores de plantão.
A garota, alvo das leutrias da cantora, tratou logo de correr para as redes sociais e gritar para os quatro cantos da web que fora ela o alvo dos desaforos da famosa. Pra quê fazer isso? Holofotes, 15 minutos de fama e posar nua, como a própria loira teria indicado.
"Fale mal, mas fale de mim". Essa máxima nunca teve tão em evidência. Causar, polemizar, criar babados vale mais - mesmo que isso custe a dignidade da pessoa -, do que ficar no anonimato virtual.
'Subcelebridades', 'personalidades da internet' e outras alcunhas criadas para esse povo que faz de tudo para se aparecer na Internet, ganhar seguidores, likes e compartilhamentos dos seus 'saberes' expostos em forma de posts, estão na moda.
Quem controla isso? Não há como. O conteúdo ou exposição na web não aceita rédeas. E aqui não falo na "liberdade para cometer crimes", para isto existe um código penal já atualizado. Mas me refiro a essas bobagens que têm cada vez mais formado personalidades humanas, carateres. Isto é tão preocupante quanto os crimes virtuais.
Há um tantão de gente que prefere correr de um linchamento moral em público, para expor seu "mole" nas redes sociais e colher a famosidade meteórica que o mundo virtual lhe trará, mesmo ao custo de um linchamento moral. Mas se for na Internet e ganhar as capas de sites de "notícias" (e fofocas), vale.
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