A fuga de Jair Bolsonaro (PL) com os filhos Carlos (Republicanos-RJ) e Flávio (PL-RJ) pelo mar antes da chegada de agentes da Polícia Federal para cumprir mandados de busca e apreensão na casa do clã na praia de Mambucaba, uma vila histórica de Angra dos Reis (RJ), na segunda-feira (29) virou alvo dos investigadores.
Após vazamento das informações de que Bolsonaro e os dois filhos, citados na investigação da PF, teriam fugido, a defesa do ex-presidente alegou que eles teriam saído ainda na madrugada para uma pescaria em alto-mar e que retornaram à casa após serem contatados por aliados.
No entanto, segundo reportagem do portal Metrópoles, a PF identificou que uma das três embarcações que levavam Bolsonaro, os filhos e aliados - como o deputado Zucco (PL-RS), não retornou à residência.
Os investigadores suspeitam que o jet ski que não retornou à casa em Mambucada possa ter sido usado para transportar e esconder provas em propriedades da região.
De acordo com reportagem do Metropóles, Bolsonaro, os três filhos saíram com seguranças e aliados em um barco e dois jet skis por volta das 6h40, após a família ter notícias da operação. A PF chegou à residência às 8h40 em um helicóptero que partiu do Rio de Janeiro.
Por volta das 9h30, Eduardo voltou em um dos jet skis e iniciou as negociações para que Carlos retornasse à casa. O filho "02" só voltou às 11h, acompanhado do pai, Bolsonaro, no barco.
Flávio Bolsonaro e o segundo jet ski não retornaram à casa no período da manhã. O senador teria alegado que foi a um almoço, o que causa ainda mais estranheza nos agentes da PF.
A suspeita aumenta por ex-secretário de Comunicação da Presidência, Fábio Wajngarten, advogado de Bolsonaro, alega que quando chegou à casa em Mambucaba, às 12h45, Flávio estava lá.
No entanto, nas imagens divulgadas da saída da PF, aparecem apenas Jair, Carlos e Eduardo Bolsonaro.
Próximo alvo
As informações revelam o motivo do pânico de Flávio, que é citado pela PF como um dos beneficiados pela "Abin paralela" e estaria na lista como próximo alvo de ações de busca e apreensão.
Caso sejam confirmadas, as informações ainda apontam contradição do clã, que alegam ter marcado a pescaria no dia anterior, quando aconteceu a "super live" aos seguidores, e teriam saído por volta das 5h50 - quase uma hora antes do apurado pela PF.
A tese de que houve uma tentativa de fuga também ganha força, já que Carlos só retornou à casa após as tratativas do irmão, Eduardo.
A fuga teria se dado justamente pelo temor de que o vereador, um dos filhos mais protegidos por Bolsonaro, seria preso.
As informações também reforçam a suspeita de que houve vazamento da operação. Em mensagem cifrada nas redes no dia 24, Bolsonaro havia dito que os seus aliados deveriam apoiá-lo porque as próximas semanas seriam "decisivas".
O inelegível disse que "vivemos momentos difíceis" e de "muitas dores e incertezas".
O tuíte foi feito alguns dias depois da busca e apreensão realizada contra o deputado carioca Carlos Jordy (PL), antes da operação na casa de Alexandre Ramagem (PL) e Carlos Bolsonaro.
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