Sexta-feira, 19 de fevereiro. Nathália Ribeiro de Oliveira Luciano, de 34 anos, moradora do Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro, saiu do trabalho para almoçar com colegas para almoçar numa padaria que fica no Engenho da Rainha. E de lá teria saído morta.
De acordo com familiares dela e com as testemunhas que estavam no estabelecimento, a mulher pegou seu prato e foi se servir no sistema self-service da padaria Lamego. Ao encostar na estrutura metálica onde estão dispostos os alimentos, Nathália teria recebido uma fortíssima descarga elétrica. O pai e o marido da vítima afirmam que sua morte teria sido instantânea, diferentemente dos responsáveis pelo comércio, que dizem ter chamado o Samu após a trabalhadora apresentar um mal súbito, reiterando que ela teria sido socorrida e saído com vida de lá.
“Eles estão alegando que ela não faleceu ali dentro. Está um jogo de empurra, que a minha teve uma morte súbita. A realidade não foi essa. A amiga dela, que estava ao lado dela viu que ela morreu ali. Já teve algo errado no Samu tirar ela do local. Tinha que chamar o perito, chamar o rabecão para levar ela direto para o Instituto Médico-Legal”, disse Edson Luciano, pai de Nathália, à reportagem do jornal carioca O Globo.
Ainda conforme as declarações do pai, todos que estavam no local teriam presenciado a morte instantânea da filha, já presumindo o que havia ocorrido, pois, segundo Edson, casos semelhantes já tinham acontecido, causando até mesmo a internação de uma outra pessoa.
“Tem muitas pessoas que estão me procurando, procurando o companheiro dela dizendo que já tomaram choque nessa padaria. Tem uma menina que já ficou até internada. Eu estou buscando a justiça. Dinheiro não traz minha filha de volta. Estou sofrendo, a mãe dela está mal em casa. Minha filha tinha vários sonhos. Quero justiça para outras pessoas não irem a óbito”, protestou indignado.
Uma outra reclamação dos familiares de Nathália é em relação à reação da padaria Lamego, que não teria contribuído com nada em relação à tragédia. O marido da vítima, identificado apenas como Jéferson, afirmou ao programa Bom Dia Rio, da TV Globo, que nem mesmo os custos relacionados ao funeral da esposa foram arcados pelo estabelecimento envolvido na morte. Ela foi sepultada no domingo (21), no Cemitério de Inhaúma.
“Tudo que foi feito foi através do pagamento do meu sogro. Não teve nem uma pontinha de dedo deles”, afirmou o viúvo.
Responsável pelas investigações, a Polícia Civil do Rio de Janeiro divulgou uma nota na qual explica que o ocorrido está a cargo da equipe da 44ª Delegacia de Polícia, que ouve depoimentos e aguarda laudos periciais.
“Os agentes aguardam o resultado do laudo pericial e realizam demais diligências para apurar as circunstâncias da morte e esclarecer todos os fatos”, diz um trecho do comunicado.
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