Depois de dar algumas boas tragadas, ele aperta o Hollywood contra o cinzeiro e posiciona a garrafa térmica cheia de café ao lado de uma caneca. Agora, sim, Igor Kannário, 32 anos, está pronto para falar. Finalmente. Até que ele abrisse o portão de sua casa para nos atender, lutamos por quase uma semana. Assessores, produtores, secretárias. Por onde andava Kannário?
Eis que uma mensagem de WhatsApp para Alex Ferreira, seu produtor pessoal, nos colocou frente a frente com o cantor e vereador. Alex nos levou até uma bela casa, em um condomínio de Vilas do Atlântico. É lá, na companhia dos cães Eros, Afrodite e Billy The Kid, além de sua esposa, Maria Quitéria, que Igor tem se entocado nos últimos tempos. “Você está sumido, Kannário? Ou não?”, pergunto de cara.“Não. Não perdi nada na rua de bobeira, entendeu? Ficar de bobeira é laranjada! Acho que tô me comportando como tenho que me comportar. Curtindo minha família, meus cachorros. Produzindo, compondo”, responde, na lata, admitindo que a campanha para vereador e problemas contratuais com uma produtora o afastaram um pouco da carreira. “Mas quando eu quero ver meu povo eu vou na favela. Eu acho que eu tô sumido para quem fica me procurando para fazer o mal. Quem eu amo vou ver. Quem me ama vem me ver”, larga.
Na hora da chegada, muito receptivo, Kannário chama todos para a área próxima à piscina. “Na paz? Seja bem-vindo, hein? Mandei fazer um bolinho, uns salgados, um café. Quem fuma o Hollywwod tem o Hollywood”, oferece Igor, que meia hora antes chegou da Câmara de Vereadores, de paletó e gravata. Era a terceira sessão da Câmara que ele participava entre cinco realizadas. Havia faltado a duas.