A estudante de Ciências Sociais Verbena Amorim, 17 anos, é a mais nova numa casa de quatro mulheres. A mãe, a professora Célia Oliveira Amorim Rios, 54, teve três filhas, que ocupam o 2º andar de um prédio na Barra, em Salvador – e contribuem para a conta das mais de 2,2 milhões de mulheres que formavam a população soteropolitana em 2014.
“Só na família da minha mãe são 20 mulheres e tem mais da família do meu pai”, disse. Dona Zizinha, avó de Verbena, teve três filhas e 17 netas e bisnetas.
Verbena, que faz parte da União da Juventude Comunista (UJC), do Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro, diz que o fato de ser maioria não garante os direitos às mulheres. “Há uma falta de consciência de classe de ambos os gêneros. Nós, mulheres, somos maioria no Brasil e nem por isso somos respeitadas”, afirmou.
A antropóloga Cecilia McCallum aponta que as profissões dominadas historicamente por mulheres tendem a ser desvalorizadas. É o caso das professoras de ensino básico e ensino médio e as enfermeiras e técnicas de enfermagem. “No Dia Internacional das Mulheres, no Dia das Mães, as mulheres são muito homenageadas. Mas na prática e na política, se tem muito pouca atenção aos direitos das mulheres na questão da saúde, na hora do parto, na questão do aborto”.
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