Esse é o cenário: o telefone está sobre a mesma. Ele olha, sai, dá uma volta, retorna, olha de novo para o aparelho, e nada. Sai novamente e, andando para um lado e para o outro com as mãos cruzadas para trás, dá outra olhada por cima dos ombros na esperança de que, talvez pelo aparelho estar no silencioso, quem sabe, a tela pisque projetando a luz, num sinal de que você enfim está do outro lado tentando contato para dizer que, finalmente, se confessando arrependido/a do que fez, quer voltar para casa. Mas nada. Ele tenta falar como você mais uma vez, das tantas que tentou falar contigo, mas você não atendeu. E, de novo, nada de você o atender. Ele então, mesmo sem jamais ter dormido, resolve parar perto da mesa onde está o telefone, e com os olhos fitos, sem sequer uma piscada, olhando incansavelmente para o aparelho, ávido por atender e já, antes mesmo que você diga o tradicional “alô, pai? Sou eu”, te dizer ele, “filho/a, não faz isso com seu pai. Volta para casa, pelo amor de mim”. Mas você, pouco se importando com a angustia que ele está sentindo por falta de você pertinho dele, nem se lembra que está tão longe de casa e que há um pai que te ama incondicionalmente de tal forma que até a própria vida nunca lhe faltou coragem de dá-la por você, e que você, insensível a cada dia ainda mais, sem nem compaixão por tua própria alma, deixou para trás.
O cenário descrito acima, por mais que te pareça hipotético, é real. Como é real o pai que aguarda um contato seu, ansioso por te dizer que não somente perdoa a tua rebeldia, como está pronto para apagar tudo de ruim que você tiver feito na vida enquanto esteve longe dele, mesmo o envergonhando, e que, além das roupas novas que está guardando para te dar, está até engordando um novilho para a festa no dia da tua volta quando enfim vocês se reconciliarão. Esse Pai, como você já percebeu, que tanto tem tentado fazer com que você o escute, mas que você, indolente, somente tem olhado de lado o telefone tocar, diferente dele que, enquanto anda dum lado para o outro, na esperança de que a tela esteja piscando com você do outro lado da linha, somente dá de ombros, sem a menor preocupação com o testamento que está para ser fechado, contigo ficando fora da participação da herança, trata-se do Deus Altíssimo, Senhor dos Céus e da Terra e de tudo quanto neles há, que você ainda insiste em desprezar. E eu sou um pregador – embora que envergonhado, mas um pregador!
Não são tempos bons esse, para um crente tentar convencer alguém que, em termos, ainda não conhece a Verdade, a se converter ao Evangelho de Jesus Cristo, eu sei. E esse, acredite, é um fato que angustia minha alma de pregador. Mas, olha, não se trata de você se converter a uma bandeira religiosa ou se converter ao pregador, e menos ainda se converter a esse ou aquele pastor, e de forma nenhuma também não se converter ao seu vizinho ou vizinha crente da esquerda ou da direita da sua casa, se é que você me entende, que exemplo para isso é o que não se tem visto nesses últimos dias então. Mas trata-se de atender ao convite para que você faça a curva de conversão e enfim se dirija para casa de um Pai que não dorme pensando no dia em que você vai bater-lhe à porta, que nunca esteve trancada por justo você ainda se encontrar do lado de fora assim como você o tem mantido do lado externo do teu coração. É sobre isso, a pregação. E sobre o vizinho crente da direita ou da esquerda, e ainda aquele pastor de centro, ou melhor, que tem se feito o centro das atenções em lugar de centralizar a pessoa do Pai, que não tem servido de exemplo de nada que se possa aproveitar, que você conhece, mas deixa que, ou o espelho de cada um os confronte ou, fazer o que, eles se entendam com o Cobrador das faturas rasgadas sem o devido pagamento, que o que te deve importar é a roupa nova e o novilho cevado que Papai tem guardado para quando ouvir você, empurrando a porta há muito aberta, dizer “pai, sou eu - voltei”.
- Ah, meu caro, você diz, como que eu, com tanta gente do coração duro, raivosa, que pelo que eu tenho acompanhado por esse país a fora, não sabe distinguir a mão direita da mão esquerda, e muito menos distinguir com segurança o bem e o mal, que contraria a Bíblia que eles tanto dizem que é por onde se guiam, se são tão contraditórios, aqui falando dum corpo humano, quanto a mão direita é da mão esquerda, mesmo que, no caso em questão, as duas estejam não num corpo de carne mas no mesmo corpo, esse, incomum, por que não é carnal – pelo menos em tese, quando, ao contrário do que Jesus deixou dito, elas odeiam de morte os próprios que chamam de irmãos? É para esse vespeiro que você está me convidando? Se é isso, como você me explica Jesus ter dito que ...Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros. (João 13:34,35), se nem entre os familiares que se dizem crentes, que moram aqui, um na direita e outro na esquerda, estou vendo haver harmonia e muito menos amor nenhum entre vocês, e o que mais vejo é um descendo o malho no outro, fazendo um péssimo uso da língua? No que eu, te dizendo que reconheço ser legitima essa tua queixa, preciso te lembrar que há pouco eu te disse que sinto vergonha desse momento por que passa o Evangelho de Deus, mas também te relembro que te disse que não é a esse, ou a aquele sujeito, que você vai estar se convertendo, mas ao filho de Deus, mais conhecido como Jesus Cristo, o Sumo-pastor do Pai que te espera, entendeu? – “Tá bom, entendi. Mas pra onde eu vou, se não é para esse vespeiro?”, caso seja essa sua pergunta agora. Então veja: um dos maiores problemas de não pouco crente, inclusive esses da esquerda e esse da direita aí, é pensar que somente olhando para o Céu é que se pode encontrar a Deus; se esquecendo que Deus está dentro da pessoa que O procura. E é nesse detalhe que reside a saída para a consciência à que estou te chamando: Deus está não dentro de qualquer templo de pedra - e ainda menos nesse tempo de profanação do Culto, em que altares estão servindo de palanque político, mas sim dentro de quem vai ou não vai aos templos de pedra. Sim, Ele não vai aos templos como você pensa ou como te ensinaram, pelo menos não sozinho. Mas Ele vai se você, O convidando à que fale com você, O levar dentro de você e então o mistério da revelação acontece. Somente assim Ele entra num templo feito por mãos humanas – o que é uma metáfora para que entendamos que nos templos feitos pelas mãos d’Ele, a saber eu e você, é que Ele entra; desde que, porém, ou liguemos para Ele ou atendamos o Seu chamado, já que Ele não para de ligar para nós, sem que muitos, quem sabe também você, dê a mínima para a Sua ligação. Porém, como disse, não é somente aos que se reúnem dentro dos templos de pedra que Ele se manifesta (eu sou prova viva do que estou te dizendo), ou que o mistério acontece, visto que Ele se manifesta também, e sobretudo, aos que nem crente é, ou que deixou de ser, o seu caso, mas que se incomodam com o escândalo que promove o crente da direita com o ódio que nutre pelo crente da esquerda sem que, já que ser canhoto é errado, nada há de preocupação para que o suposto errado seja pelo suposto crente certo ajudado a fazer o que é suposto direito, e o contrário disso também, quando for o caso, quando então Ele vem e enche o tal com uma porção do Seu Espírito, que já não enche o crente que rejeita o da esquerda ou da direita. E então o mistério não para de acontecer. Isso desde que você não se permita ser uma das pérolas que Ele acabará por perder ao final da contenda do crente seu vizinho da direita com o da esquerda. Entendeu? Aliás, eu mesmo, ao passar aí pela lateral da casa do que mora na direita, falando em mau uso da língua, fui amaldiçoado pela criatura, que me chamou de filho de belial (“inútil” ou “sem valor” ou “contrário”), somente por que eu o adverti para o juízo que essa inimizade vai trazer no final das contas, por julgar que eu estivesse defendendo o da esquerda, sem que pudesse notar que eu defendia apenas o Evangelho e me preocupava com a alma do ‘criaturo’.
Então, isto entendido, esses são os termos – que inclusive seu vizinho da esquerda e muito mais ainda o da direita, que se imagina somente ele como 'a última bolacha do pacote de Cristo', sabe quais são, só não sei o porquê dessa tamanha loucura de insistir em fazer o contrário do ordenado: (...)Não tornando mal por mal, ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo; sabendo que para isto fostes chamados, para que por herança alcanceis a bênção.
Porque Quem quer amar a vida, E ver os dias bons, Refreie a sua língua do mal, E os seus lábios não falem engano.
Aparte-se do mal, e faça o bem; Busque a paz, e siga-a.
Porque os olhos do Senhor estão sobre os justos, E os seus ouvidos atentos às suas orações; Mas o rosto do Senhor é contra os que fazem o mal.
E qual é aquele que vos fará mal, se fordes seguidores do bem?
Mas também, se padecerdes por amor da justiça, sois bem aventurados. E não temais com medo deles, nem vos turbeis;
Antes, santificai ao Senhor Deus em vossos corações; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós,
Tendo uma boa consciência, para que, naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, fiquem confundidos os que blasfemam do vosso bom porte em Cristo.
Porque melhor é que padeçais fazendo bem (se a vontade de Deus assim o quer), do que fazendo mal. (1 Pedro 3:9-17).
Aliás, sobre ajudar ao que faz errado a fazer o que é direito, e não empurrar essa pessoa num buraco quente como você tem visto com os seus vizinhos crentes, faz poucos dias que o filho dessa irmã, Elisângela Lima, morador na cidade de Livramento de Nossa Senhora (e aqui já há um recado do Pai para quem rejeita os irmãos católicos), ele um garoto de apenas sete aninhos, e muito inteligente além dum profeta de Deus, me contou que se viu sendo levado ao Céu, onde havia duas ruas, uma de frente para a outra, sendo uma à esquerda dele e a outra à direita. Com o detalhe que ele via Jesus na rua da esquerda, e ao lado de Jesus ele via um monte de telefone celular e uma palavra escrita, onde se lia Regeneração; e na rua da direita ele via um homem “que enganava Deus”, conforme diz, homem que ele via derreter no fogo. Ele via também um par de chifres na cor amarela. Ele via também uma lava vulcânica incandescente – que ele chamava de lava fake, visto que ele pisava nela e a lava “não causava dano” a ele (ele usa esse termo para dizer que a lava não lhe queimava, agora me diga como pode essa criança, de sete anos apenas, e maior que fosse, usar essa que é uma linguagem unicamente bíblica, para dizer o que ela quis dizer), lava que não lhe queimou, mas que queimou por completo a quem ele diz que era “o homem que enganava Deus”. Sobre quem poderia ser o “homem que enganava Deus”, e por que o sujeito era visto na rua “da direita”, assim como o par de chifres na cor amarela, dado o tempo, digo esse tempo, que o sonho foi dado ao garoto e o contexto da visão, com rua à direita e à esquerda, eu vou deixar para sua conta a interpretação, como fica também por conta de quem mais quiser, interpretar o porque o termo “fake” aparece nesse sonho, como um fogo que não queimou o pequenino profeta do Senhor, mas algo fake, ou mentira, caso prefira, que acabou por torrar “o homem que enganava Deus”; mas a pergunta que não quer calar é do porquê Jesus estar não na rua da direita, mas sim na esquerda, e porquê o tanto de telefones celulares e ainda a palavra Regeneração ao lado d’Ele nesse lado da rua; não seria para dizer, tipo ao teu vizinho crente da direita, que Ele não está nem aí para o pensamento que ele tem e o ódio que ele nutre contra o da esquerda, antes Ele mostra, a quem possa interessar e juízo tiver, que Ele quer ter contato, e por isso os tantos telefones, com o máximo de gente da esquerda, com o fim não de expurgá-los mas sim de convertê-los, e por isso Ele mostra à criança a palavra Regeneração?
(...)Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando. (João 15:14).
Bem, como eu ia dizendo, que não seja você um/a à ficar de fora do testamento, por causa de se deixar contaminar por essa contenda que você já viu qual vai ser o resultado para quem a alimenta, sobretudo para quem causar prejuízo à proposta do Evangelho de Cristo, que é salvar a alma de quem tiver também na esquerda, e que Ele não vai tolerar e tampouco ter piedade de quem O estiver enganando, intolerante que Ele se mostrou como será com quem tiver usando de mentira, deixando claro que será na mentira que 'neguinho/a' vai se queimar, se é que você pegou o trocadilho na lava fake, então a sugestão é que você não pisque que seu telefone pode tocar ainda hoje, e não deixe de atender, mas se quiser, você pode se antecipar e ligar você para Ele, pedindo perdão pelas transgreções e pecados tantos enquanto esteve longe d’Ele, quem sabe, e pelas vezes que Ele tentou falar contigo, para te pedir que volte pra casa e que você jamais atendeu, que certamente Ele, feliz da vida por seu contato, meloso, e com os olhos marejando, emocionado, pessoa sensível e amorosa que Ele é, já pensando em você constando no testamento, cujo livro ainda se encontra aberto no cartório celestial, vai dar uma olhada nas roupas novas que há tanto tempo tem guardado para que você vista nesse dia, também vá até a janela conferir o novilho que há muito que engorda para a festa do dia do teu retorno. Acredite. Ah, e sobre para onde ir, depois, enquanto o encontro, pessoa com Pessoa, não acontece, pode deixar que Ele mesmo se encarregará de te dar o rumo. E então? Será Ele a te ligar, ou você a se antecipar, com o velho e bom “alô, pai, sou eu”???!
Até lá, (...)Se alguém entre vós cuida ser religioso, e não refreia a sua língua, antes engana o seu coração, a religião desse é vã.
A religião pura e imaculada para com Deus e Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo. (Tiago 1:26,27)
Antônio Franco Nogueira – à serviço do Reino eterno
AQUI, mais textos do autor
< Anterior | Próximo > |
---|