Exame de fundo de olho com um retinógrafo portátil (Foto: © Tânia Rêgo/Agência Brasil)
Você provavelmente já ouviu falar do Setembro Amarelo, Outubro Rosa e Novembro Azul. E talvez tenha ouvido falar do Abril Azul, que marca a conscientização sobre o autismo. Mas, você já conhece o Abril Marrom?
Ainda pouco conhecido, o Abril Marrom é o mês dedicado à conscientização sobre a prevenção e o combate às doenças que podem causar cegueira. A cor marrom foi escolhida por representar a tonalidade da íris da maior parte da população brasileira, e o alerta se estende a pessoas de todas as idades.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 285 milhões de pessoas em todo o mundo têm a visão comprometida — e cerca de 80% desses casos poderiam ser evitados com diagnóstico precoce e tratamento adequado.
Principais doenças causadoras de cegueira
Entre as doenças mais preocupantes está o glaucoma, uma condição degenerativa e progressiva que danifica o nervo óptico. Segundo o oftalmologista Elson Velanes, do DayHORC, o glaucoma não tem cura, mas pode ser controlado, e tende a surgir a partir dos 40 anos.
“O principal fator de risco é o aumento da pressão intraocular, mas histórico familiar, miopia elevada, diabetes e até mesmo a etnia devem ser considerados. Pessoas negras têm maior predisposição ao desenvolvimento da doença”, explica Velanes. Estima-se que o Brasil tenha hoje cerca de 900 mil pessoas com diagnóstico de glaucoma.
Outra condição que pode levar à cegueira é a Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI). A oftalmologista Débora Luna, da OftalmoDiagnose, ressalta que a DMRI afeta a mácula — parte central da retina — e compromete a visão central de forma progressiva. “É a principal causa de perda visual em idosos nos países desenvolvidos. No Brasil, a importância da DMRI cresce a cada ano, junto com outras doenças como a catarata, retinopatia diabética e o próprio glaucoma”, afirma. A idade avançada é o principal fator de risco, mas alimentação, tabagismo e predisposição genética também influenciam.
A retinopatia diabética é outra ameaça silenciosa. O oftalmologista Maikon Afonso, explica que o excesso de açúcar no sangue lesa os vasos da retina, podendo gerar edema e, em casos avançados, perda severa da visão. “Mesmo com o controle da glicemia, as alterações retinianas graves não costumam regredir. Por isso, é fundamental um tratamento oftalmológico adequado”, alerta.
Já a catarata, apesar de ser reversível, continua sendo a principal causa de cegueira no mundo. Ela atinge principalmente pessoas acima dos 60 anos e compromete o cristalino, parte responsável pelo foco dos objetos. “É uma doença silenciosa, que vai embaçando a visão aos poucos, até que a pessoa enxergue apenas luzes e vultos. Quando operada, o cristalino é substituído por uma lente artificial, devolvendo a nitidez da visão”, explica Afonso. Crianças também podem desenvolver catarata congênita, e o problema pode aparecer em adultos jovens como consequência de inflamações, diabetes, medicamentos ou traumas oculares.
Como se prevenir
A principal forma de evitar a perda da visão é a prevenção. Isso inclui exames oftalmológicos regulares, mesmo que não haja sintomas visíveis. “Quanto mais cedo uma patologia for descoberta, maiores são as chances de controle e até cura”, reforça Maikon Afonso.
Desde a infância, é importante incluir o acompanhamento oftalmológico na rotina de cuidados com a saúde. Além disso, hábitos saudáveis como manter alimentação balanceada, praticar atividades físicas, controlar doenças crônicas como o diabetes, usar óculos com proteção UV e evitar o tabagismo são aliados da saúde ocular.
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