Detecção precoce pode ser feita por meio do exame Papanicolau, mais conhecido como preventivo, disponível na rede pública de saúde (Foto: Reprodução)
Apesar de ser prevenível com exames ginecológicos simples e com a vacina contra o HPV, o câncer de colo de útero ainda faz muitas vítimas na Bahia, especialmente mulheres entre 40 e 50 anos. De acordo com dados da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), solicitados pela equipe do Camaçari Fatos e Fotos (CFF), entre 2023 e 2025, foram registradas 1.068 mortes causadas pela doença no estado, o que equivale a uma média de 356 óbitos por ano, 30 por mês e uma morte por dia.
O levantamento revela que a maior parte das vítimas fatais está na faixa dos 40 a 49 anos, com 235 mortes no período analisado. Em seguida, aparecem as mulheres entre 50 e 59 anos, com 219 óbitos. No entanto, os dados também mostram que a doença não atinge apenas mulheres mais velhas: entre 2023 e 2025, 23 mulheres com idade entre 20 e 29 anos morreram em decorrência do câncer de colo de útero na Bahia, desmistificando a ideia de que jovens não correm riscos.
Quase metade das internadas morreu
Além do alto número de mortes, os dados também indicam um grande volume de internações por complicações da doença. No período analisado, foram registradas 2.579 internações, sendo a maior parte também concentrada entre mulheres de 40 a 49 anos (798 casos) e de 50 a 59 anos (552 casos). No entanto, novamente chama atenção o fato de que 93 mulheres com idade entre 20 e 29 anos precisaram ser internadas devido à doença.
Comparando os números de internações com os de mortes, o índice de letalidade fica ainda mais assustador. Entre as 798 mulheres de 40 a 49 anos que precisaram ficar hospitalizadas, 29,4% morreu (235). Já na faixa dos 50 a 59 anos, 219 óbitos equivalem a 39,6% das 552 internações. Entre as mais jovens, o número é menor, mas ainda preocupante: das 93 internações ocorridas entre mulheres de 20 a 29 anos, 23 evoluíram para óbito — o que corresponde a 24,7%.
Ao longo dos últimos três anos, 41,4% do total de mulheres internadas por câncer de colo de útero morreram em decorrência da doença.
Causa e prevenção
O câncer de colo de útero é causado, na maioria das vezes, pela infecção persistente pelo Papilomavírus Humano (HPV), um vírus sexualmente transmissível. A detecção precoce pode ser feita por meio do exame Papanicolau, mais conhecido como preventivo, disponível na rede pública de saúde e com indicação de ser feito uma vez por ano.
Além disso, a vacinação contra o HPV é recomendada para meninas e meninos a partir dos 9 anos e pode reduzir significativamente os casos da doença no futuro.
De acordo com a Prefeitura de Camaçari, tanto a vacina contra HPV quanto o exame preventivo estão disponíveis em todas as unidades de Saúde da Família (USF) e Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município.
Vale lembrar que quando descoberto na fase inicial, o câncer de colo de útero tem 100% de chances de cura. Por outro lado, quanto mais atrasado for o diagnóstico, maiores as chances de morte. A doença recebe esse nome porque começa no colo do útero, parte do órgão localizada no fundo do canal vaginal. Mas, com o passar do tempo sem o tratamento adequado, ele se alastra por outras partes do aparelho reprodutor feminino.
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