Especialistas apontam fatores sociais como principais causas
Um levantamento do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) aponta que a maioria das pessoas que convivem com a diabetes na Bahia são mulheres. Enquanto pelo menos 11% das baianas convivem com a doença no estado, somente 6% dos baianos possuem o mesmo diagnóstico em 2023.
A pesquisa da Vigitel intitulada “Estimativas sobre frequência e distribuição sociodemográfica de fatores de risco e proteção para doenças crônicas nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal em 2023, ainda apontou que a maior incidência da diabetes em mulheres também é nacional.
Para Odelisa Matos, endocrinologista e coordenadora de planejamento e ações estratégicas do Centro de Referência Estadual para Assistência ao Diabetes e Endocrinologia (Cedeba) e diretora da Sociedade Brasileira de Diabetes - Regional Bahia, o dado não aponta para causas genéticas, mas sociais.
Segundo ela, são eles: as mulheres são as que mais costumam responder pesquisas, são as que mais vão ao médico e pelo menos 40% dos baianos e baianas convivem com a diabetes sem saber. Quanto ao terceiro fator, Odelisa explica que a diabetes do tipo 2 apresenta um aumento de glicose tão lento que pode mascarar a doença por tempo indeterminado.
“O homem não [costuma ir ao médico]. Então, muitas vezes, o homem tem diabetes e nem sabe. Ele vai descobrir quando ele vai fazer uma carteira para o Detran, ou exames admissionais para alguma empresa e aí descobrem a glicemia alta”, explica Odelisa.
A pós-graduada em endocrinologia, Jacqueline Kalil, acrescenta que a mulher também é mais exposta a situações de estresse provocadas pelo acúmulo de atividade no dia a dia, que podem aumentar o risco de doenças que estão associadas a diabetes, como a obesidade.
“As mulheres alcançaram outros espaços na sociedade sem desocupar os que já exerciam, como de mães e donas de casa. Com isso podem descuidar mais da saúde, tendo que recorrer a alimentos industrializados. Além disso, a obesidade vem aumentando bastante no Brasil todo e na Bahia não é diferente”, afirma Jacqueline.
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