Volume inicial de doses distribuídas para todo país alcançará apenas 3 milhões de pessoas (Foto: Reprodução)
Comemorada por muitos e vista com desconfiança por outros tantos, a vacinação contra a Covid-19, autorizada de forma emergencial pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) neste domingo (17) e com previsão para início do uso nesta quarta-feira (20), está longe de ser um prenúncio do fim da pandemia.
Isso porque a volume inicial de doses distribuídas para todo país alcançará apenas 3 milhões de pessoas. O número pode parecer alto - e realmente é, se essas vidas forem de fato preservadas - mas equivale a apenas 1,41% da população brasileira, que, segundo estimativa do IBGE, ultrapassa os 212 milhões de pessoas.
Segundo as informações do Ministério da Saúde, em entrevista coletiva, também no domingo, inicialmente, serão distribuídas 6 milhões de doses, para todo o país. No entanto, o esquema de vacinação prevê aplicação de uma segunda dose entre 14 e 28 dias após a primeira.
Perguntado sobre a previsão para liberação de mais doses da vacina, o ministro Eduardo Pazuello desconversou: falou em burocracias, projetos e dificuldades, mas não foi efetivo em comunicar quando haveria possibilidade de mais pessoas receberem a vacina.
Vale lembrar que a primeira fase da vacinação será apenas para o grupo de risco: idoso, indígenas e profissionais da saúde que estão na linha de frente de combate à Covid-19.
Rápido e impreciso
Além do pequeno percentual de pessoas inoculadas, a vacina também não garante imunidade total, como revelou Pazuello. Produzida em menos de um ano após o início da pandemia - ao contrário de todas as demais vacinas seguras e eficazes - a Coronavac tem eficácia aproximada de 50%.
De acordo com Pazuello, o que se espera dessa vacina não é a imunidade completa, mas a atenuação da doença, evitando quadros graves que demandem hospitalização. "A vacina do Butantã, ela tem um objetivo pra nós agora e esse objetivo é não deixar agravar", afirmou ele.
Outro fator que coloca a chinesa Coronavac distante de provocar o nível de proteção que poderia significar tranquilidade geral é o tempo necessário até o corpo produzir os anticorpos: cerca de 42 dias. Ou seja, a única coisa que efetivamente muda, de forma imediata, com a aplicação dessa vacina, é o sentimento de esperança da parte da população que acredita nela.
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