Na opinião do ministro, mesmo sem garantir imunização, a vacina tem papel importante no combate à pandemia (Foto: Reprodução)
A ideia de que, após tomar qualquer vacina contra a Covid-19, a vida voltará imediatamente ao normal, estando as pessoas vacinadas liberadas para abandonar qualquer um dos cuidados preventivos que devem ser adotados é errada, pelo menos no que diz respeitos à Coronavac, produzida pelo Instituto Butantã e com data marcada para início da aplicação nesta quarta-feira (20).
De acordo com as informações passadas pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, em entrevista coletiva transmitida ao vivo neste domingo (17), o efeito imunizante da Coronavac, primeira vacina a ser aplicada no país, só será efetivo após 40 dias da aplicação da primeira dose.
"O tempo de desenvolvimento dos anticorpos necessários, previstos nessa eficácia da Coronavac, é um pouco mais longo, em torno de 40 dias. Não é tomar a vacina e relaxar nas medidas preventivas", expôs o ministro.
Além desse dado pouco divulgado, Pazuello deu outra informação muito importante: o efeito esperado da Coronavac não é a imunização, mas a atenuação da doença. De acordo com ele, os tipos de eficácia esperada e o direcionamento estratégico definido pelo Ministério da Saúde para adoção de cada vacina são diferentes.
"A vacina do Butantã, ela tem um objetivo pra nós agora e esse objetivo é não deixar agravar. Ela não vai, talvez, pela eficácia, evitar que o cara pegue a doença... Olha só, tem uma eficácia... 50%, então, ele pode até pegar a doença, mas o agravamento da doença é que vai ser amenizado, fazendo com que a pessoa, mesmo que pegue a doença, não chegue a uma hospitalização. Então, nesse aspecto, a vacina mostrou suficientemente eficaz. Nesse aspecto de não agravar a doença [sic]", revelou Pazuello.
Na opinião do ministro, mesmo sem garantir imunização, a vacina tem papel importante no combate à pandemia. "Uma vacina que consiga evitar a contaminação de um para outro, é um perfil estratégico, uma vacina que possa acontecer a contaminação, mas evite o agravamento, é outro perfil estratégico. Ambos são importantes nesse momento para o país. E sim, eu acredito que nós devamos trabalhar com o Butantã para fabricar vacinas, distribuir para o país e aplicá-las com esse grau de conhecimento. Se nós tivéssemos qualquer dúvida, se a Anvisa tivesse dúvida sobre esse aspecto, ela não teria dado autorização", declarou o ministro, sempre com ênfase na palavra "esse", não se sabe se por vício de linguagem ou por precaução.
Ainda segundo o ministro, a vacina será aplicada em suas doses, sendo a segunda dose será aplicada entre 14 e 28 dias após a primeira.
Na opinião do ministro, mesmo sem garantir imunização, a vacina tem papel importante no combate à pandemia (Foto: Reprodução)
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